Ciro Gomes com a presidente Dilma Rousseff: apoio e críticas.| Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Cotado para a disputa presidencial de 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou que o vice-presidente Michel Temer se comporta como “ombudsman” do governo, tentando se eximir de responsabilidade, e criticou a aliança feita pela presidente Dilma Rousseff com a “turma do ramo da esculhambação” do PMDB. Apesar de considerar a gestão Dilma “praticamente indefensável”, ele afirmou que não há motivo para impeachment. As declarações foram dadas no programa “Preto no Branco”, do jornalista Jorge Bastos Moreno, no Canal Brasil:

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“O PMDB faz o quê? Não se responsabiliza por nada, tem hoje sete ministros. E o Michel Temer mandando cartinha com mi-mi-mi, como se fosse um ombudsman do governo. Um homem que posa de jurista e vai dizer que as assinaturas dele nos decretos das pedaladas não são de responsabilidade dele”.

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No início do mês, Temer enviou uma carta a Dilma com queixas a respeito do tratamento dispensado a ele. O documento era repleto de reclamações sobre cargos e questões pessoais. “Como é que um vice-presidente da República manda uma carta para a presidente da República: “A senhora demitiu meu amiguinho”, “A senhora chamou a Beyoncé para jantar e não me chamou também”?”, disse o ex-ministro.

Ciro também criticou a postura adotada pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), depois de ser derrotado nas eleições presidenciais do ano passado. E disse que o comportamento do tucano contrasta com o que ele teve no escândalo do mensalão, quando “ajudou num bastidor digno, correto e decente”: “Política não é MMA, UFC. Ele agora está no UFC”.

Para Ciro, tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto Fernando Henrique Cardoso estão prestando um “desserviço” ao país. Questionado se acha Lula honesto, Ciro disse que não: “Na vida pública não basta não roubar. Eu acho que ele não rouba, mas é preciso cumprir a outra tarefa de não deixar roubar. Eu acho que ele não está nem aí”, afirmou Ciro, que foi ministro de Lula.

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Segundo Ciro, FHC também não mantém uma postura adequada para um ex-presidente e estaria “comprometendo, pelo menos para a atual geração, uma biografia brilhante”: “O Fernando Henrique sabe como é que fazem os ex-presidentes americanos e franceses que ele cultiva com tanto carinho. Aqui está vulgarizado, costeando, como dizia o Brizola, o alambrado do golpe”.

Já quanto ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-ministro aposta que sua prisão é questão de tempo: “Esse o brasileiro vai assistir indo para a cadeia. É só termos um pouco de paciência com os tempos. As instituições brasileiras estão funcionando, eu acredito que assistiremos [à prisão de Cunha] e que não demora”.