O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (27) que sempre há conversas sobre pedidos de liberdade provisória. Gilmar havia sido perguntado se alguém o procurou para pedir liberdade a potenciais delatores da Operação Lava Jato , como o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na quarta-feira (25), prometeu que faria.
INFOGRÁFICO: O STF e a Lava Jato
“Não, nada disso, até já esclareci, não houve nenhum... Sempre tem esse tipo de conversa, as pessoas ficam fazendo alusões ou promessas. Nós em Brasília conversamos com todas as pessoas. Mas as pessoas sabem os limites dos assuntos que eles podem tratar”, afirmou.
“Eles pedem habeas corpus [liberdade provisória], mas isso é público. Veja, o Tribunal deferiu alguns habeas corpus naquele caso dos empreiteiros, Ricardo Pessoa e outros. E denegou [alguns] e outros nem chegaram lá [no STF]. A rigor, esse é o tipo de conversa nesse contexto talvez de promessa”, completou.
Em gravação, Delcídio disse que procuraria Gilmar para conseguir a liberdade do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que negociava acordo de delação. O senador não queria que a colaboração fosse adiante, já que os depoimentos de Cerveró poderiam incriminá-lo. Além disso, Delcídio disse que o também ministro do STF Dias Toffoli também conversaria com Gilmar sobre o assunto.
O senador preso afirmou ainda que poderia acionar o vice-presidente da República, Michel Temer , para tentar conversar com Gilmar sobre outro preso: o também ex-diretor da Petrobras, Jorge Zelada. Temer negou o teor das citações.
O filho de Cerveró, Bernardo, gravou reunião que teve com Delcídio e com o advogado da defesa Edson Ribeiro, preso nesta sexta-feira (27) no Rio. Tanto Delcídio quanto Ribeiro são acusados de atrapalhar as investigações. Assim, Cerveró acabou fechando acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
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