Alvo de uma ação de busca e apreensão feita na Operação Lava Jato no mês passado, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter vazado um parecer para a imprensa antes de ele ser remetido ao relator do seu inquérito, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Em discurso no plenário, Collor disse que não quer ser “personagem involuntário” da campanha eleitoral que se desenvolve no Ministério Público Federal (MPF).
Collor recebeu R$ 26 milhões em propina, revela Janot
Suspeita é de que os carros de luxo comprados pelo ex-presidente e apreendidos pela Polícia Federal no mês passado sejam frutos da corrupção na Petrobras
Leia a matéria completaNesta quarta-feira, 05, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) realiza a escolha da lista tríplice de candidatos a comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos próximos dois anos. Janot é o favorito de encabeçar a lista numa disputa com outros três subprocuradores: Carlos Frederico Santos, Mario Luiz Bonsaglia e Raquel Elias Ferreira Dodge.
Collor afirmou no pronunciamento realizado nesta quarta que o parecer de Janot contrário à liberação dos carros de luxo do senador que foram apreendidos pela Lava Jato chegou à imprensa nesta terça-feira, 04, pela manhã, antes de ser encaminhada ao STF. Para atestar a afirmação, o petebista argumentou que naquele momento seu advogado estava reunido com Teori Zavascki e que o ministro ainda não tinha recebido a manifestação da PGR. O senador destacou que o caso corre sigilosamente na Corte. “Informações que correm sob segredo de Justiça foram vazadas de forma seletiva e criminosa pelo procurador-geral. Vejam a gravidade deste ato”, criticou.
O ex-presidente rebateu a alegação de que os carros teriam sido adquiridos a partir de operações de lavagem de dinheiro. Segundo ele, os automóveis foram adquiridos de forma lícita, por meio de empresas legalmente constituídas. Disse que se houver alguma parcela em atraso na aquisição, o fato dizia respeito exclusivamente a ele e à empresa de quem comprou os carros.
Para o senador, há uma sórdida estratégia midiática promovida por Janot. “Utilizam-se do meu nome, da minha imagem, dos meus bens para se autopromover, para fazer aquele espetáculo”, disse. “Que humilhação vem me impondo essa alcateia que se apoderou do Ministério Público Federal”, completou.
Collor cobrou que o Senado assuma sua “responsabilidade institucional” quando for analisar a indicação para o cargo que será feita pela presidente Dilma Rousseff. A tendência é que ela encaminhe à Casa o primeiro da lista.
Licitação
No discurso, o ex-presidente leu uma carta, à qual disse ter obtido acesso por meio de servidores da área de Comunicação Social da PGR. Datada de 6 de março deste ano, nessa carta, disse Collor, constam críticas a um contrato que licitação feito na atual gestão Janot com uma empresa de comunicação. Ele lembrou que, a seu pedido, o Senado aprovou no dia 14 a realização de uma auditoria pelo Tribunal de Contas da União sobre esse e outro contrato na Casa. Essa decisão, ocorreu horas após a busca e apreensão de seus bens pela Lava Jato. A assessoria de Collor encaminhou o documento à reportagem.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares