O deputado federal Ricardo Barros (PP) anda se estranhando com a coordenação da campanha de Beto Richa. Candidato a senador pela coligação, mostra-se insatisfeito com o tratamento que vem recebendo. Segundo ele, o outro candidato ao Senado da mesma chapa, Gustavo Fruet, estaria recebendo privilégios que não lhe são dados na mesma medida. Queixa-se, agora, de que os estrategistas da campanha querem "roubar-lhe" espaço na propaganda de televisão para, em seu lugar, entrar o candidato a governador.
Há dias correm informações de bastidores de que Barros estaria disposto, até, a renunciar à sua candidatura. Chega-se a murmurar que ele (e família) estaria disposto a fazer meia volta e passar a integrar a campanha puxada pelo PT algo que seria, até, considerado natural, já que pertence ao PP (é o presidente estadual), partido que está na base de Lula. Além disso, já ocupou a posição de vice-líder do governo na Câmara Federal.
"É preciso desvincular a minha atuação como deputado federal da minha atuação no plano estadual. Eu penso, em primeiro lugar, no meu estado. E como deputado tenho sido um campeão em trazer recursos para o Paraná." Barros exemplifica: "Amanhã mesmo, por exemplo, o presidente Lula vai à minha cidade (Maringá) para entregar uma importante obra rodoviária que só foi possível graças às boas relações que sempre mantive com o governo federal".
Apesar dessa proximidade com Lula e da insatisfação que não consegue esconder totalmente em relação à aliança que integra no Paraná, o parlamentar desmente os rumores de que estaria disposto a retirar sua candidatura. Ao contrário, diz ele, sente-se à vontade entre os partidos que fazem oposição ao governo. E mais do que isso: está confiante de que ainda pode fazer uma votação expressiva e até ganhar uma vaga de senador. Segundo ele, as últimas pesquisas de opinião têm-lhe mostrado índices de crescimento que o animam.
Barros faz as contas: se forem consideradas apenas as citações espontâneas dos entrevistados pelos institutos, a soma dos que já se decidiram por um canditato a senador fica na casa dos 50% num total possível de 200%, já que são duas vagas em disputa. "Portanto argumenta , há ainda 150% de votos livres para ser conquistados. A eleição para o Senado não está decidida e eu me mantenho confiante."
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Richa revela: o Caximba vai continuar
Quando se pensava que o aterro do Caximba estava sendo preparado para o encerramento definitivo no dia 1.º de novembro, em obediência a uma decisão judicial, eis que o ex-prefeito Beto Richa faz uma revelação surpreendente: não, ao contrário de fechar o lixão, a prefeitura trabalha para prolongar sua vida útil por mais um indefinido tempo! A revelação foi feita durante a sabatina a que Richa, como candidato ao governo do estado, se submeteu anteontem na Gazeta do Povo.
Beto encaixou essa informação ao justificar o fracasso da licitação internacional pela qual pretendia instalar uma indústria de reciclagem (Sipar) do lixo de Curitiba e de 17 outros municípios da região metropolitana. Segundo ele, a disputa "predatória" entre as poderosas empresas que participaram do certame transformou a concorrência numa "guerra de liminares", inviabilizando a conclusão da licitação e a implantação da usina. Mas "uma hora ou outra vai sair a obra da Caximba", ressalvou.
O aterro do Caximba, situado à margem do Rio Iguaçu, está condenado pelas autoridades ambientais e também pela Justiça. E a obra que se faz lá, atualmente, é anunciada como uma "reconformação geométrica" medida adotada pela prefeitura no início deste ano para estender a vida útil da aterro para além de julho passado, quando deveria ser encerrado. Uma decisão judicial, no entanto, entendeu que o prazo final não deveria ultrapassar 1.º de novembro.
A partir dessa data, as 2,4 mil toneladas diárias de lixo terão, em tese, de ser depositadas em outro lugar aliás, um lugar não definido até agora, pois nenhuma outra área oferecida pela iniciativa conseguiu do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a necessária licença de operação.
Se até 1.º de novembro (faltam apenas 40 dias para o dia fatal) persistir a ordem judicial de encerramento do Caximba e se não houver outra área licenciada, Curitiba corre o risco de ver o lixo tomar conta das ruas.
Nem o ex-prefeito Beto Richa nem o atual, Luciano Ducci, querem um caos desse tamanho na cidade. Por isso a revelação de Richa de que obras estão sendo feitas para estender a vida útil do aterro indica que ele detém uma informação privilegiada: a prefeitura vai tentar que a Justiça reforme a decisão que mandava fechá-lo. Não vai custar barato: a comunidade do bairro afetado pelo malcheiroso aterro promete uma rebelião.
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