Olho vivo

PC$ 1

Nos Estados Unidos, a moeda oficial é o dólar; em vários países da Europa, o euro; na Suíça, o franco; no Brasil, o real... Que nome teria a moeda oficial criada e emitida em Curitiba? Tem o nome de "certificado de potencial construtivo", o PC$, dinheiro emitido por uma Casa da Moeda virtual instalada na prefeitura desde 2004. Ainda agora, o prefeito Luciano Ducci mandou emitir PC$ 16.886,00 que, pelo câmbio atual, quando forem negociados na Bolsa de Valores, podem valer mais de R$ 1,5 bilhão.

PC$ 2

Investidores nos certificados de potencial construtivo pagarão à prefeitura o valor mínimo de R$ 200,00 a unidade, mas ao comprar o título ganham o direito (proporcional ao investimento) de construir área maior do que a permitida pela Lei do Zoneamento. Por exemplo: onde só se pode construir 10 andares, será possível construir 12. No caso da presente emissão, os PC$, valerão apenas para aplicação em novas construções ao longo ou em torno da Linha Verde. O dinheiro que arrecadará, a prefeitura promete também aplicar em benfeitorias sociais na mesma localização.

Redondo 1

O governo estadual quer emprestar do Banco Mundial US$ 350 milhões para aplicação em projetos de desenvolvimento regional nos próximos quatro anos. Mas, para contratar o financiamento, precisa da autorização, primeiro, da Assembleia; depois, do Senado. O senador Roberto Requião, um dos três paranaenses, já estrilou: prometeu votar contra e dificultar a contratação do empréstimo.

Redondo 2

Já o ex-senador Osmar Dias lembrou: esse empréstimo só será possível graças à eliminação da multa que o Paraná pagava à União em razão da inadimplência no resgate de títulos públicos custodiados no banco Itaú. E quem atuou no Senado, em 2009, para derrubar a pena que pesava sobre o estado foi ele próprio, Osmar, que reforça: "O mundo é mesmo redondo e dá voltas: Beto, agora, se beneficia de uma iniciativa minha, seu adversário político".

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Há duas semanas, agentes federais "estouraram" em Curitiba uma fortaleza de jogos clandestinos. Além de efetuar a prisão em flagrante de 70 pessoas envolvidas no esquema, apreendeu também máquinas caça-níqueis, volantes do jogo do bicho e muito dinheiro vivo. A operação foi considerada inusitada: nunca antes na história deste estado a Polícia Federal havia se imiscuído no combate a esse tipo de contravenção, atividade que parecia ser exclusiva das polícias estaduais Civil e Militar.

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Haveria algo mais que recomendasse a "intromissão" da PF? – foi a pergunta que começou a percorrer diversos círculos. O secretário da Segurança, Reinaldo de Almeida Cesar, chegou a ser questionado. Em entrevista à rádio Banda B, afirmou que o combate ao crime organizado é de competência de todas as polícias e, por isso, não seria de se estranhar a participação da PF nesse episódio. Além disso, explicou o secretário, a operação foi apenas um exemplo da benfazeja integração na área da segurança pública que passou a vigorar entre as esferas estadual e federal. Portanto, tudo normal.

Fontes policiais, no entanto, acrescentam detalhes não citados por Almeida Cesar: a Polícia Federal implodiu a fortaleza em razão das fortes suspeitas de que ela era um dos braços da atuação de uma organização criminosa internacional que, além do jogo clandestino, exploraria também o contrabando e o tráfico de drogas e de armas.

Tal organização, conhecida como "a máfia israelense", segundo as mesmas fontes, teria se associado a um famoso bicheiro paranaense baseado na região de Maringá e que, para desgosto dos bicheiros "tradicionais" de Curitiba, estaria invadindo agora o rendoso território da capital.

É natural que o Paraná, cujas fronteiras favorecem o uso de seu território como rota de todo tipo de tráfico, receba atenção especial da Polícia Federal. Mas enquanto a ação de contraventores se reduzia aos limites regionais e a Curitiba, a PF evitou concorrer com a atuação das polícias estaduais. O quadro, no entanto, mudou a partir dos sinais de que poderosas "multinacionais" do crime estariam se unindo a grupos locais, passando a ter forte atuação no estado e em Curitiba, além dos territórios de São Paulo e do Rio em que já estão presentes.

Na semana passada, a PF desmantelou um dos ramos da "máfia israelense" ao prender um chefão do contrabando de automóveis de luxo, que os revendia a baixos preços para deslumbrados novos ricos e jogadores de futebol, dentre os quais Kléberson, do Atlético Paranaense.

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