Pintando o Sete
O deputado federal Sérgio Souza foi indicado relator do Projeto de Lei Complementar que regulamenta os fundos de pensão. Assume com a experiência de quem relatou a CPI que indiciou 353 entidades e pessoas envolvidas com irregularidades na Petros, Funcef, Previ e Postalis, onde foram encontrados desvios de R$ 6,6 bilhões. O projeto aumenta o controle sobre a administração dos fundos, dentre os quais a Fundação Copel.
Saia justa
O prefeito Gustavo Fruet sancionou lei aprovada pela Câmara que concede o título de cidadão honorário de Curitiba a Sergio Moro. Pela tradição, caberá ao vereador que propôs a honraria a entrega solene do título – no caso, Chico do Uberaba (PMN), aquele que ficou famoso ao afirmar que “paga para trabalhar”. Não deixa de ser uma saia justa para Moro, juiz da Lava Jato que se notabilizou pelo rigor com que olha os políticos.
Sabe-se que coerência não é exatamente a melhor das virtudes dos políticos – uma hora pensam e agem de um jeito para, na hora seguinte, conforme as conveniências, mostrarem seu lado avesso. Esta “lógica”, levada religiosamente a sério quando se trata de conquistar o poder (pelo poder), inspira o projeto de engenharia que está sendo desenhado para montar a esquadra que pretende levar juntos o ex-senador Osmar Dias ao Palácio Iguaçu e Beto Richa ao Senado em 2018.
Os interesses são mútuos e se complementam: como Beto Richa não quer correr o risco de não se eleger senador, ele precisa montar na garupa de um desafeto, o candidato até agora mais forte ao governo estadual, Osmar Dias. Este, por sua vez, enfrentará dificuldades se se mantiver filiado ao PDT, legenda de reduzida estrutura no estado e que, em futuro próximo, deverá ser “enriquecida” com a absorção de partidos e políticos de esquerda. Muitos petistas entrarão no PDT para exorcizar o estigma do PT; os de partidos nanicos farão o mesmo vitimados pela cláusula de barreira que virá na reforma política.
Logo, seria de bom alvitre para Osmar Dias – conhecido por seus vínculos com o agronegócio – não se misturar com setores que, por exemplo, se alinham ao MST e à defesa dogmática do meio ambiente. Por isso, faria parte do projeto deixar o PDT para ingressar no PSDB ou no aliado PSB. Sair do PDT dá-lhe outra vantagem: livra-se de ter de subir no palanque de Ciro Gomes, virtual candidato do partido à Presidência da República, e com isso ficar impedido de apoiar o irmão senador Alvaro Dias (PV), também pronto para disputar o Palácio do Planalto.
Por outro lado, fazer parte da chapa de Osmar é o paraíso para Beto Richa: ganha seiva para concorrer a uma das duas vagas em disputa para o Senado. É certo que periga contaminar o companheiro com os elevados índices de rejeição que carrega, mas, em troca, tem a oferecer a máquina do PSDB, azeitada desde os tempos em que passou pela prefeitura de Curitiba e pelos dois mandatos de governador – e agora reforçada com a retomada da capital com a eleição de Rafael Greca, a quem apoiou e com quem sua turma dividirá o poder municipal.
A segunda vaga para senador na chapa encabeçada por Osmar Dias já estaria assegurada para Ratinho Jr. (PSD/PSC). Faltaria apenas encontrar um vice ideal, preferentemente um representante do Oeste. Um político que vem sendo citado é o deputado federal Dilceu Sperafico (PP), embora seu nome esteja incluído na “lista de Janot” enviada ao STF – relação de agentes públicos enrolados na Lava Jato.
Esta engenharia pressupõe constranger e deixar ao largo a vice-governadora Cida Borghetti (PP), também candidata ao governo. Mas ela tem um trunfo ameaçador que pode ser costurado pelo marido, bom operador político, o ministro da Saúde Ricardo Barros. Não lhe será impossível atrair para a chapa da mulher o senador Roberto Requião que, se enxergar nisto uma chance irrecusável de sair do isolamento, disputará a reeleição. E com o velho ímpeto capaz de produzir estragos – retóricos ou não – à chapa adversária.
Lembrando sempre: estas são especulações que circulam nos meios políticos na data de hoje. Amanhã pode ficar tudo diferente.
Pintando o Sete
O deputado federal Sérgio Souza foi indicado relator do Projeto de Lei Complementar que regulamenta os fundos de pensão. Assume com a experiência de quem relatou a CPI que indiciou 353 entidades e pessoas envolvidas com irregularidades na Petros, Funcef, Previ e Postalis, onde foram encontrados desvios de R$ 6,6 bilhões. O projeto aumenta o controle sobre a administração dos fundos, dentre os quais a Fundação Copel.
Saia justa
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