Não chega a ser exatamente uma “inovação”, mas a estratégia de dizer que nada sabe e que, se houver culpa, esta deve ser jogada no lombo dos outros, foi outra vez utilizada pelo governador Beto Richa para driblar o desconforto de ter sido citado entre os beneficiários de caixa 2 abastecido com propinas da Odebrecht. O “não sabia” tornou-se célebre como mantra de Lula.

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Segundo ele, explicações devem ser terceirizadas para os tesoureiros de suas campanhas de 2008, 2010 e 2014 – anos em que concorreu a prefeito de Curitiba e, por duas vezes, a governador. Os tesoureiros, nestas campanhas, eram os amigos Fernando Ghignone e Juraci Barbosa, premiados depois com cargos relevantes, como as presidências da Sanepar e da Fomento Paraná.

Ghignone e Juraci é que teriam intermediado as supostas doações irregulares de R$ 3,5 milhões naquelas campanhas ou deveriam ter conhecimento das operações. Ambos seguiram o script das explicações: “todas as contribuições foram legais, registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

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Segundo delação à Lava Jato, ex-executivo da Odebrecht Benedito Jr. disse ter autorizado contribuição de R$ 4 milhões na campanha de 2014, a pedido de um representante de “Piloto”, codinome atribuído a Richa nas planilhas mantidas pela companhia. Só uma parte do valor, no entanto, teria sido repassada e que não houve contrapartida do governo do estado à Odebrecht.

Não custa lembrar, porém, que em junho de 2014, três meses depois da deflagração da Lava Jato e quatro antes da reeleição de Richa, a Odebrecht firmou uma festejada Parceria Público Privada (PPP) com o estado para a duplicação e posterior cobrança de pedágio da rodovia PR-323, entre Maringá a Cianorte, na região Noroeste. A parceria não foi adiante porque a Odebrecht foi logo atingida pelos petardos da Lava Jato.

A PPP previa que o governo do Paraná pagaria à empreiteira R$ 100 milhões por ano enquanto a rodovia estivesse em obras – “para reduzir o preço do pedágio”, justificava-se na época. A Odebrecht teve de desistir do negócio. E, de fato, não houve contrapartida.

Olho Vivo

Tudo mantido 1

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Para desmentir as especulações correntes de que estaria propenso a mudar seus planos para 2018, o senador Alvaro Dias afirmou à coluna nesta segunda-feira (17) que “não há a mais remota hipótese” de vir a se candidatar ao governo do Paraná. Mantém-se firme, disse ele, em dar sequência ao projeto de se lançar candidato à presidência da República. A consolidação da pré-candidatura está na dependência, apenas, da formalização na Justiça Eleitoral da criação de um novo partido – o Podemos – e da reforma política em curso no Congresso. Atualmente, Alvaro está filiado ao PV.

Tudo mantido 2

Os boatos sobre a eventual mudança de planos do senador surgiram após o nome de seu irmão, o ex-senador Osmar Dias, pré-candidato a governador, ter sido citado por um delator. A tendência, porém, é que, segundo seus advogados, nem mesmo o inquérito seja aberto dadas as contradições e à falta de consistência da delação – o que anima Osmar a também não mudar seus planos.

Confusão

A Sanepar pede ao colunista para não confundir “tarifa social” com “tarifa mínima”, e corrige informação publicada na edição do último fim de semana. Segundo nota enviada pela companhia, tarifa mínima é aquela que todos pagam mesmo que nada consumam. Basta ter hidrômetro instalado no imóvel. De fato, antes, pagava a tarifa mínima quem consumisse até 10 m³ por mês mesmo que o relógio não se movesse. A partir de agora, quem exceder a 5 m³ pagará proporcionalmente ao excesso. Já a “tarifa social” vale apenas para a população carente, que continuará se beneficiando de valores bem mais baixos desde que atenda a critérios como tamanho do imóvel (máximo de 70 m²), renda de até meio salário por morador e consumo máximo mensal de 5 m³.

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