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A pré-campanha para a prefeitura de Curitiba segue sem emoções. Os quatro principais candidatos movimentam-se bastante, mas pouco saem do lugar. Gustavo Fruet (PDT), Ratinho Jr. (PSC), Rafael Greca (PMDB) e Luciano Ducci (PSB) engatinham ainda na formação de suas respectivas alianças. A exceção é Luciano Ducci, que já conquistou pelo menos três grandes partidos – PSDB, PTB, PSD. Somadas ao próprio partido, essas legendas e outras menores devem garantir à campanha de reeleição pelo menos nove minutos da crucial programação do horário eleitoral gratuito. Além disso, ainda conta com a máquina da prefeitura para fazer uso da mídia.

Fruet conta com a promessa, ainda não oficialmente confirmada, de que o PT o apoiará. Terá a resposta oficial somente no mês que vem. Enquanto isso, corre atrás do PV, do PCdoB e de outras siglas da base aliada do governo federal para, junto com seu PDT, consolidar uma frente mais ampla. O mesmo ocorre com Ratinho Jr., que ainda não reuniu aliados suficientes para garantir-lhe os quatro minutos de exposição na televisão que considera o mínimo necessário para dar envergadura à sua campanha.

Quanto ao quesito tempo na programação, Greca está tranquilo: seu PMDB, sozinho, dispõe de sete minutos, tempo mais do que suficiente para bem aplicar a retórica animada de seus discursos. Seu problema é outro: o governador Beto Richa está fazendo o que pode para atrair o PMDB para o time de Ducci. Já conta, nesta tarefa, com o apoio de alguns deputados influentes, mas ainda falta convencer o senador Roberto Requião a "cristianizar" seu candidato.

Olho vivo

Ausência

O prefeito Luciano Ducci tem preferido marcar visitas e inaugurações para o período da tarde. A estratégia é fazer com que coincidam com as sessões da Câmara Municipal. Assim, Ducci evitaria a presença, muitas vezes constrangedora, de vereadores nos atos públicos de sua agenda. Os vereadores da base, no entanto, insatisfeitos com a estratégia que os afasta de faturar politicamente os eventos, tentam mudar o horário das sessões para o período da manhã. O regimento da Câmara já prevê esta possibilidade, mas apenas durante os 90 dias que antecedem as eleições.

Negócios

Corre solta uma informação pra lá de estapafúrdia, mas que só merece ser registrada porque proveniente de altas fontes ligadas ao governo estadual: cargos comissionados teriam sido negociados numa autarquia estadual. Este teria sido motivo para a abrupta demissão de um alto funcionário na semana passada. Para ocupar postos-chaves na sua administração, interessados pagavam "pedágio" para que fossem indicados e nomeados. Um pretenso interessado teria gravado a negociação e levado o caso ao conhecimento superior. Para evitar escândalo se a fita vazasse, a providência foi decretar a rápida demissão do protagonista.

Tarifaço 1

Em três meses, as ações da Sanepar tiveram valorização de 57% na Bolsa de Valores de São Paulo – desempenho de causar inveja para papéis de grande tradição e rentabilidade. A causa, segundo a companhia, foi o aumento da lucratividade da Sanepar conseguida graças à redução dos custos. O lucro das suas operações básicas (fornecer água e coletar esgotos) já permitiu mais do que triplicar a distribuição de dividendos aos seus acionistas, passando de R$ 37 milhões em 2010 para R$ 118 milhões em 2011.

Tarifaço 2

Se é assim, então por que aumentar as tarifas em 35,5% nos últimos 12 meses? Esta é a pergunta que deputados da oposição colocaram na representação que encaminharam ontem ao Ministério Público Estadual. Na base do questionamento está o mesmo conceito jurídico que inspirou a ação judicial contra o tarifaço aplicado no Detran: as tarifas não devem ser calculadas pela inflação e por nenhum outro critério que não seja o de que elas são destinadas a cobrir exclusivamente os custos da prestação do serviço.

"Pirâmide"

A presidente do IPMC, Walkiria de Pauli, foi ontem dar explicações ao Sismuc, o sindicato dos servidores municipais de Curitiba, sobre sua desesperada tentativa de resgatar a aplicação de R$ 21 milhões que o instituto fez num fundo de renda fixa operado pelo BNY Mellons, um bando enrolado nos Estados Unidos com a "pirâmide" criminosa do investidor Bernard Madoff, condenado a 150 anos de prisão. Segundo ela, o resgate, mesmo perdendo R$ 4,3 milhões, é necessário para garantir a segurança do fundo que paga aposentadorias e pensões dos funcionários municipais.

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