As convenções encerradas ontem pelo PDT, PMDB e PT paranaenses foram formalidades legais necessárias para sacramentar a aliança entre eles. A partir de hoje sentem-se oficialmente obrigados a apoiar e trabalhar por uma penca de candidatos que se lhes tornaram comuns: Dilma Rousseff (PT) para a Presidência; Michel Temer (PMDB) para vice-presidente; Osmar Dias (PDT) para governador; deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB), vice; para o Senado, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB). Todos abençoados pelo presidente Lula e pelo governador Orlando Pessuti.
Na trincheira de Beto Richa fechou-se também ontem o quadro, somente depois de confirmada a candidatura de Osmar Dias. Duas vagas ficaram em aberto até a definição do pedetista na noite de terça-feira, porque acalentava-se a esperança de que ele viesse a disputar a reeleição ao Senado sob o formato de um acordo branco com o PSDB.
O lançamento de Alvaro Dias como vice de Serra e um suposto acordo familiar que impediria a candidatura de Osmar ao governo em chapa contrária é que alimentava a esperança de que viesse a trocar de barco. Esgotada esta possibilidade, entrou em seu lugar que estava reservado para Osmar o deputado tucano Gustavo Fruet. Na outra vaga de senador, permaneceu Ricardo Barros (PP). Para a vice, o senador Flávio Arns, também do PSDB.
Formados os dois quadros, os olhos se voltam para o futuro. E o futuro, demarcado pelo dia 3 de outubro, leva à indagação: a eleição será decidida no primeiro turno ou no segundo? Não é um despropósito afirmar que tudo se resolva já no primeiro, dada à aparente inexistência de candidatos fortes entre os outros cinco apresentados por partidos nanicos. A diferença entre Beto Richa e Osmar Dias precisa ser muito estreita para que os votos dos demais impeçam que um dos dois alcance os 50% mais um necessários para a definição em um só turno.
Uma eleição sem previsão de 2.º turno
Vai daí que a campanha tende a começar "quente" desde seus primeiros dias. Não sobra para nenhum dos dois candidatos um "tertius" com quem negociar apoio para um eventual segundo turno como ocorreu, por exemplo, em 2006, quando o PPS obteve no primeiro turno, com Rubens Bueno, quase 10% da votação e adiou a decisão para o segundo. Neste o PPS apoiou Osmar Dias, que perdeu para Requião por uma diferença de apenas 0,1%. Nenhum dos lados quer repetir a traumática experiência. Por isso a campanha já deve começar com tons de tudo ou nada.
Coordenadores
Já estão definidos os coordenadores das duas campanhas. A de Beto Richa confirma na posição o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos. E na de Osmar Dias, uma surpresa revelada ontem: o coordenador será o também ex-governador Mário Pereira. Dois detalhes unem os dois: ambos eram vices: João Elísio, de José Richa; Pereira, na primeira gestão de Roberto Requião. Pereira, por sua vez, guarda uma semelhança com Orlando Pessuti, vice de Requião nos dois mandatos seguintes: ambos saíram atritados com o titular.
Olho vivo
Aniversário 1
Espera-se para hoje a publicação de um ato assinado pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Hoffmann, declarando aposentado o desembargador Waldemir Luiz da Rocha, corregedor-geral do TJ. É que, ontem, por 11 votos a 7, o Órgão Especial extinguiu o mandato de segurança e derrubou uma liminar que garantia ao magistrado o direito de mudar sua data de nascimento e adiar a aposentadoria compulsória aos 70 anos. Com isso, assume o novo corregedor, eleito em março, desembargador Rogério Coelho.
Aniversário 2
O caso teve início em março passado. Na véspera da eleição que escolheria o substituto de Rocha na corregedoria-geral, ele surpreendentemente apareceu no tribunal com uma nova certidão de nascimento. A mudança não era pequena: a data em que veio à luz mudava de 30 de maio para 30 de outubro o que lhe permitiria retardar a aposentadoria (e a permanência no cargo) por mais cinco meses.
Aniversário 3
A nova certidão não foi aceita no TJ e o caso foi parar no Conselho Nacional da Magistratura (CNJ), que também rejeitou, seguindo parecer do conselheiro Ivens Gandra Martins. O desembargador impetrou, então, um mandado de segurança e obteve, do colega Leonardo Lustosa, uma liminar favorável à sua pretensão. Que ontem também caiu. Waldemir Rocha ainda pode recorrer.
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