Está marcada para a manhã de hoje o primeiro encontro entre o governador eleito, Beto Richa, e o atual, Orlando Pessuti. Além da mútua cortesia, há trabalho na pauta: inicia-se com ela, oficialmente, o processo de transição do governo.
Com esse ato, a equipe nomeada por Richa passa a ter acesso a informações sobre a quantas anda a administração estadual. No fundo, trata-se de um inventário a partir do qual o novo governador conhecerá com mais exatidão a herança que lhe será deixada pelos oito anos da gestão Requião-Pessuti.
Como estão as finanças do estado? No ano que vem, o Paraná poderá continuar pagando direitinho seus compromissos, da folha de servidores às dívidas contraídas? Que obras estão em andamento? Quais outras estão projetadas e são inadiáveis? Sobrará algum para cumprir as promessas (que não foram poucas) de campanha? Que problemas há guardados nos armários e nos porões da burocracia e da política estadual sobre os quais ninguém ainda sabe?
Estes são alguns poucos itens sobre os quais o novo governador precisa de respostas claras para começar a trabalhar em 1.º de janeiro. A partir dessas respostas é que, de fato, poderá a pensar em impor marca própria à sua administração, muito embora tenha divulgado durante a campanha que dará continuidade e até ampliará programas típicos do governo passado, como o Luz Fraterna e o Leite da Crianças.
Dará para fazer mais? Beto acha que sim: sua promessa é de dar um "choque de gestão" na administração estadual, eliminando despesas desnecessárias. Com o que sobrar dará sua cara ao governo.
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Olho Vivo
Foguetório 1
A tradição popular diz que 13 é número do azar mas não poucos pensam exatamente o contrário: é o número da sorte. Número do PT, deu sorte a Lula, duas vezes presidente. Com base nesse exemplo, petistas prometem inundar os céus do Paraná hoje, dia 13, às 13 horas, com enorme foguetório, sinal de partida para a militância abraçar o trabalho em favor de Dilma Rousseff nesses dias que antecedem a eleição de 2.º turno.
Foguetório 2
Mas não é só o ato público que conta. As forças que trabalharam no primeiro turno em favor da presidenciável e do candidato a governador Osmar Dias já se consideram reorganizadas. O governador Orlando Pessuti e o presidente da Itaipu Binancional, Jorge Samek, são os dois principais coordenadores da maratona. Têm diante de si um desafio a cumprir: querem reverter no segundo turno o quadro eleitoral negativo que pesou no Paraná contra Dilma. Ela obteve no estado39% dos votos, contra 60% dados, na soma, a Serra (44%) e Marina (16%).
Pró-Serra 1
O lado que apoia José Serra também não está parado. Começa com a vantagem de, além da vitória no primeiro turno, ter a seu favor o governador eleito, Beto Richa. Além disso, a coordenação da campanha considera que os eleitores que preferiram a verde Marina Silva vão optar majoritamente pelo ex-governador paulista. Da mesma forma que o PT e seus partidos coligados, também a aliança liderada pelo PSDB já está com seus soldados em marcha. Comitês estão sendo abertos, reabertos ou reorganizados. Um deles será inaugurado hoje em Curitiba, montado por 22 dos 38 vereadores da capital.
Pró-Serra 2
Outro ato importante da campanha de Serra no Paraná vai se dar amanhã, com um almoço gigante em Santa Felicidade. Beto Richa convidou para o ágape a cúpula do PSDB e de partidos aliados. Já está garantida a presença do presidente nacional tucano, senador Sérgio Guerra, e do presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia. Há expectativa de que o próprio Serra que vem ao Paraná para compromissos de campanha em Londrina chegue ainda a tempo a Curitiba para dividir a polenta e o frango da casa.
Normalidade
Passada a eleição, tchau educação! Durante a campanha de senador, o ex-governador Roberto Requião tomava algum cuidado para não ofender ouvidos mais sensíveis. Se antes moderava as palavras que escrevia no Twitter, agora, vitorioso, ele já começou a voltar ao normal: abusa da ironia, emprega palavrões contra desafetos e trata com a costumeira rudeza os seguidores que lhe desagradam. Não raro refere-se até mesmo à senhora mãe desses seguidores.
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