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Começou o prometido choque de gestão no governo do estado: três secretarias vão mudar de nome. A mudança consta de um anteprojeto de "reforma administrativa" encaminhado ontem pelo governador Beto Richa à Assembleia Legislativa. É a segunda proposta enviada em menos de um mês com o mesmo sentido: a primeira, encaminhada no início de maio, tratava também de mudar o nome de uma secretaria.

Pelo último anteprojeto, a Secretaria da Criança e da Juventude passa a se chamar da Família e Desenvolvimento Social. A Secretaria da Justiça e Cidadania passa a agregar no nome também dos Direitos Humanos. E a terceira grande mudança é a que trata de transformar a Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETP) em Secretaria do Trabalho, Emprego e Economia Solidária (SETS).

A primeira pasta a passar por mudança semelhante foi a Secretaria dos Transportes, que agora deve ser conhecida como de Secretaria de Infraestrutura e Logística. Aconteceu com esta o que se prevê acontecerá com as demais: atividades que antes eram de umas passam a ser desempenhadas por outras, uma espécie de troca-troca interno na administração que ainda terá de provar na prática a sua eficácia.

Há uma observação interessante: as secretarias que mais "cresceram" com o esvaziamento de outras foram as entregues aos dois mais próximos familiares do governador: à mulher, Fernanda Richa (que na Secretaria da Família recebeu o pedaço Ação Social da Secretaria do Trabalho; e ao irmão, Pepe Richa, que absorveu na Secretaria de Logística assuntos que antes era da Secretaria de Obras).

Olho vivo

Seleção 1

O senador Roberto Requião exige explicações sobre o repentino enriquecimento do ministro Antonio Palocci. Em entrevista a uma emissora de rádio de Curitiba disse estranhar a "moral seletiva" do PT. No passado, quando ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central de governos anteriores assumiam funções na iniciativa privada, levando com eles informações privilegiadas, o partido era o primeiro a condenar tal prática. Agora, o PT se cala ou se arma para defender Palocci, ex-ministro da Fazenda que não explica como ganhou tanto dando consultorias para empresas que mantêm negócios com o governo.

Seleção 2

Requião fala também com autoridade sobre moral seletiva. Por exemplo: quando governador, acusou meio mundo de administrações anteriores de inomináveis crimes. Sem provas, bastava-lhe a suspeita. Quando, no entanto, suspeitas eram levantadas contra membros do próprio governo, era o primeiro a defendê-los. Veja-se a defesa que fez do irmão Eduardo, enrolado nas suspeitas levantadas pela Polícia Federal, Receita, Ministério Público e Justiça Federal por irregularidaes na administração do Porto de Paranaguá.

Crise na Unespar 1

Cresce entre professores da Unespar movimento de repúdio à recente nomeação do professor Marco Aurélio Visintin para vice-reitor da instituição estadual. A reclamação que pesa contra ele diz respeito à suspeita de que não teria diploma de mestre – requisito essencial para o exercício do cargo para o qual foi designado. Não há referência a este diploma nem no site do sistema Currículos Lattes nem na lista de docentes da Universidade Federal do Paraná e do Inep.

Crise na Unespar 2

Visintin mostra cópia do diploma de mestrado que obteve em 2001 pelo Cefet (e registrado em 2003 pela UFPR), e minimiza as lacunas encontradas nas duas principais fontes de consulta sobre níveis de graduação acadêmica. Atribui à sua secretária a culpa de, em 2008, ter esquecido de registrar seu grau de mestre nos Currículos Lattes; já quanto à lista oficial da UFPR, de 2009, ela deve estar errada, suspeita Visintin.

Crise na Unespar 3

Ontem, o recém-criado "Movimento em defesa da ética e da legalidade na universidade pública" fez chegar às mãos do governador Beto Richa e de outras autoridades um manifesto em que protesta contra as supostas ilegalidades cometidas pelo governo ao renovar a direção da Unespar. "As irregularides se avolumam, aumentando a crise na nossa universidade", acusa o documento, ao mesmo tempo em que pede a revisão dos procedimentos que levaram à crise.

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