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Qualquer pesquisa de opinião que se faça no país confirma a existência de um sentimento muito presente entre os brasileiros: os políticos não merecem confiança.

O preâmbulo vem a propósito de nota que teria sido expedida ontem pelo deputado Nelson Garcia, do PSDB, comunicando oficialmente sua candidatura à presidência da Assembleia Legislativa em oposição à do também tucano Valdir Rossoni. Se a nota for verdadeira, ela contradiz os termos de um abaixo-assinado de "apoio incondicional" da nova bancada a Rossoni firmada em novembro passado. Dentre as nove assinaturas, inclui-se a de Nelson Garcia.

Qual dos dois documentos vale? A nota de ontem ou o compromisso de dois meses atrás? Contradição desse tipo é muito comum. Até mesmo dentro do próprio PSDB há políticos que chegam a registrar solenes compromissos em cartório, mas nem por isso, de acordo com as conveniências, se obrigam a honrá-los e rapidinho os esquecem.

Mas a nota de Nelson Garcia não foi confirmada por sua assessoria. O deputado estaria incomunicável, fora de qualquer alcance, em uma pescaria. Com isso, ganha reforço a hipótese de que forças ocultas, mesmo sem o conhecimento ou autorização de Garcia, estariam fazendo uso de seu nome para minar a candidatura de Rossoni.

No início da semana, quando apareceram os primeiros sinais da atuação das tais forças ocultas, o ex-deputado Hermas Brandão foi apontado como seu principal mentor. Estaria insatisfeito com o tratamento dispensado por Beto Richa e, por esta razão, disposto a criar dificuldades para o candidato do governador para o comando da Assembleia, da qual foi presidente em período que deixou registros indeléveis, mostrados pela Gazeta do Povo e a RPC TV na série de reportagens Diários Secretos.

Hermas mantém na Assembleia fiéis aliados, dentre os quais Nelson Garcia, seu suposto delfim. Além disso domina dois novos e obedientes votos na Casa – os do filho e do neto que elegeu deputados em outubro passado. Mas não só Hermas desmentiu qualquer movimento contrário a Rossoni, como também seus dois rebentos o fizeram nos últimos dias.

A considerar como sinceros tantos desmentidos, sobra a pergunta que não quer calar dentro da cabeça de Rossoni: de onde estariam partindo os tiros contra sua candidatura? A resposta talvez só obtenha durante a votação (aberta) do novo presidente da Casa, em fevereiro.

Olho vivo

Tudo pelo social

A primeira-dama-secretária Fernanda Richa não está satisfeita com as atribuições atuais da Secretaria da Família, pasta para a qual foi nomeada pelo marido-governador. Ela quer mais. Quer a fatia social hoje concentrada na Secretaria do Trabalho, comandada pelo peemedebista Luiz Claudio Romanelli. Romanelli resiste bravamente.

Lixo, de novo 1

R$ 645.515.589,32 é o valor que a prefeitura de Curitiba está disposta a pagar para a empresa que vencer a licitação para o serviço de coleta de lixo da capital nos próximos cinco anos. O edital de licitação saiu ontem, com data para abertura dos envelopes marcada para o próximo dia 11 de fevereiro. O serviço vem sendo prestado pela empresa Cavo (grupo Camargo Corrêa, um dos maiores doadores das campanhas de Beto Richa), que administrava também o extinto lixão da Caximba.

Lixo, de novo 2

Após pelo menos duas renovações do contrato que fechou com a prefeitura na primeira metade dos anos 90, a Cavo tem o direito de permanecer no ramo. Basta vencer a nova licitação. Certamente terá como principal concorrente a Estre Ambiental – dona do aterro sanitário instalado em Fazenda Rio Grande que substituiu o da Caximba.

Na liderança

O deputado Rubens Bueno, presidente estadual do PPS, foi escolhido para ser o líder do partido na Câmara Federal no período legislativo que se inicia em fevereiro. Promete fazer no Congresso a mesma "oposição cristalina" que exerceu aos governos Requião e Lula. No campo institucional, Bueno diz que pretende defender a tese partidária de implantar o parlamentarismo.

Atraso

Pela primeira vez em sua história, a prefeitura de Curitiba deixou de pagar seus precatórios – dívidas que assumiu por determinação judicial. Pela lei, deveria ter finalizado até 31 de dezembro passado o pagamento das últimas parcelas vencidas em 2010. Não há ainda notícias quanto ao prazo em que se dará a regularização.

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