Olho vivo
Começou
Será na terça que vem a primeira sessão da recém-composta CPI dos Portos. O presidente Douglas Fabrício e os demais dez membros da comissão querem, primeiro, entender a extensão dos danos causados pela administração estadual aos portos de Paranaguá e Antonina nos últimos oito anos. Por isso, os primeiros ouvidos serão os responsáveis pelas investigações já realizadas, representates da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas do Estado. Requerimentos foram aprovados ontem.
Cerco furado 1
Enfim, a oposição na Câmara de Vereadores conseguiu furar o cerco que a impedia de conhecer os motivos que levaram a prefeitura a cancelar o contrato com a operadora dos radares de trânsito de Curitiba, a empresa Consilux. A CPI se tornou impossível, mas, ontem, o líder da oposição, vereador Algaci Túlio, propôs e obteve aprovação para um requerimento de informações dirigido ao prefeito.
Cerco furado 2
O requerimento apenas tangencia o problema principal, mas pode ser meio caminho para esclarecer o resto. Nele, a prefeitura é solicitada a explicar por que manteve contrato com a Consilux durante tantos anos se a empresa deve aos cofres municipais perto de R$ 8 milhões em impostos atrasados. A Consilux nega a inadimplência, pois diz que ainda discute na Justiça a procedência e o valor da dívida fiscal.
O senador Roberto Requião divulgou nota de 47 palavras para elogiar a nomeação da colega Gleisi Hoffmann para a Casa Civil da Presidência da República. Desse total, dez palavras dividiam-se entre o pronome "eu" e os possessivos "meu" e "minha" ligando os adjetivos meramente protocolares com que pretendeu não deixar passar em branco a escolha da paranaense para aquele alto cargo.
Compreende-se a timidez do ex-governador, certamente provocada por dois outros sentimentos que se alternam com frequência em sua história política o sentimento de raiva e o sentimento de inveja. A raiva certamente brotou quando viu que o Diário Oficial da União de ontem, que publicou o ato de nomeação de Gleisi, trazia logo abaixo outro ato assinado pela presidente Dilma o da designação do ex-governador e atual desafeto Orlando Pessuti para cargo de conselheiro do BNDES.
Até as calçadas de petit-pavê da Boca Maldita sabiam da luta hercúlea que Requião moveu em Brasília para evitar que Pessuti fosse chamado por Dilma Rousseff. Conseguiu esse intento durante seis meses graças ao ex-ministro Antonio Palocci, que, a pretexto de não desagradar ao ex-governador, resistiu à pressão do PMDB e do vice-presidente Michel Temer, que reivindicavam o prestigiamento a Orlando Pessuti em razão de sua participação na campanha que elegeu Dilma Rousseff.
Pois no mesmo dia e no mesmo Diário Oficial que defenestrou Palocci e nomeou Gleisi, constava também a nomeação de Orlando Pessuti. E isto aconteceu exatamente um dia depois de Requião ter assinado o requerimento, de iniciativa da oposição, de convocação de uma CPI para investigar o enriquecimento do ex-ministro o que pode ter lhe parecido como um sintoma de que, infiel e mal-comportado na situação, mereceu o castigo da presidente.
A dose de frustração aumentou diante da imediata consequência do afastamento de Gleisi Hoffmann do Senado, isto é, sua substituição pelo suplente Sérgio de Souza. Menino nascido em Ivaiporã e, desde então, "adotado" como filho pelo casal Regina e Orlando Pessuti, que o indicou para compor a chapa da senadora eleita aliás, bem mais votada do que Requião no pleito do ano passado.
Ontem mesmo, Pessuti e Sérgio voaram para Brasília para participar da posse na Casa Civil e, em seguida, dirigiram-se padrinho e afilhado ao Senado para tratar da posse do suplente. A reação de Requião foi aquela ditada pelos dois negativos sentimentos que o dominam. Pelo Twitter, o ex-governador tratou de desmerecer seu novo colega senador: "Gleisi tudo bem. Agora, quem raios é Sérgio de Souza?!"
E para culminar: pensar que a nova chefe da Casa Civil é mulher do ministro Paulo Bernardo, que o processa na Justiça por calúnia e difamação os mesmos delitos que, na semana passada, puniram -no com a obrigação de pagar R$ 60 mil de indenização à ofendida publicitária Cila Schulmann. Tudo isso junto, um dia atrás do outro, é dose cavalar, exagerada demais, diz Requião ao seu sofrido travesseiro.
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