O prefeito Rafael Greca e a Urbs assistem de longe às negociações trabalhistas entre as empresas de ônibus e motoristas e cobradores – apesar da possibilidade de a cidade ficar com transporte coletivo capenga, por tempo indeterminado, em razão da continuidade da greve dos trabalhadores.
Nesta quarta-feira (15), a categoria parou por adesão aos protestos nacionais contra as reformas previdenciária e trabalhista, mas a partir desta quinta-feira a parede tem caráter local, pautada apenas pela falta de acordo entre patrões e empregados. Não se sabe por quanto tempo este impasse vai perdurar.
O município diz que não tem nada com isso. Segundo o presidente da Urbs, José Andreguetto, “a negociação é entre o empregador e o empregado e não com a Urbs”. Não é bem assim: é de obrigação da prefeitura garantir a normalidade do transporte e, portanto, de fazer a intermediação de modo a evitar transtornos à população, o caos das escolas paradas, o comércio de portas fechadas, as perdas sociais e os milhões em prejuízo para todos os setores da economia...
Os concessionários argumentam que não podem dar o aumento reivindicado pelos trabalhadores porque o número de passageiros pagantes está caindo vertiginosamente, enquanto as despesas crescem sem parar. Suas receitas estão diminuindo e os custos aumentando.
Para equilibrar as contas, dizem as empresas, só mesmo se a prefeitura concordar em pagar tarifa técnica de R$ 4,57. Sem este valor, não dá para pensar em melhorar salários nos níveis reivindicados, nem muito menos em renovar a frota – promessa de campanha de Greca.
Eis, então, um novo impasse no horizonte próximo, qualquer que seja o índice de reajuste dos trabalhadores: como a Urbs já reajustou a passagem para R$ 4,25 e promete mantê-la até fevereiro de 2018, Greca terá de convencer seus amigos da família Gulin – dona de 70% do transporte da cidade – a aceitar tarifa técnica menor que os R$ 4,25. Ou, então, subsidiar o sistema e desistir da ideia de obrigar os empresários a comprar ônibus novos na Volvo – daqueles que usou no dia posse – para substituir os 300 que hoje rodam com vida útil vencida.
Beto na lista
O Jornal Nacional, da Rede Globo, revelou que da “lista de Janot”, entregue ao STF na terça-feira (14), constam cinco governadores, dentre os quais o do Paraná, Beto Richa. Durante a tarde de ontem, Richa não parecia ainda preocupado com a informação incompleta e não oficial: passou o dia tentando apagar um incêndio interna corporis – a substituição de membros da diretoria da Paraná Previdência – com potencial para gerar reflexos políticos indesejáveis. Não foram explicados os motivos para a suposta troca de comando na Previdência.
Zelite 1
Como diria o lendário colunista social Ibrahim Sued, “em sociedade tudo se sabe”. Esta máxima ajudou a desvendar que são possivelmente frequentadores do Country Club os primeiros escolhidos pelo prefeito Rafael Greca a receber contas atrasadas da prefeitura. Menos iguais que os da “zelite”, os pequenos credores terão de se submeter ao leilão às avessas que a prefeitura planeja lançar e pelo qual terão preferência para receber antes dos demais os que oferecerem os maiores descontos sobre as faturas penduradas pelo município.
Zelite 2
Vê-se pelo Portal da Transparência da prefeitura que, desde o mês passado, Greca autorizou o pagamento de R$ 78.665.613,42 à meia dúzia de credores privilegiados, desobrigados de participar do “leilão”. A Cavo, por exemplo, empresa da coleta do lixo, embolsou R$ 47.320.019,36. Seguem-se o ICI, que monopoliza os serviços de informática, com R$ 14.070.728,03; Risotolândia e Denjud, duas fornecedoras de merenda que, juntas, receberam R$ 5.062.912,12; a Cotrans (locadora de veículos), R$ 3.224.835,04. Já as duas maiores prestadoras de serviços de limpeza dos prédios municipais, Tecnolimp e Higiserv, receberam R$ 8.987.118,87.
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