Olho vivo

Acordo 1

Deputados querem que o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni, coloque logo em pauta projeto que restringe o poder do Tribunal de Contas para punir prefeituras. Cabos eleitorais preciosos que não devem ser contrariados, os prefeitos pressionam os deputados de suas respectivas regiões – incluindo Artagão de Mattos Leão Jr., filho do presidente do Tribunal de Contas.

Acordo 2

Rossoni e Artagão pai negociam um novo acordo: Assembleia e Tribunal dariam nova redação ao projeto, de tal forma que nenhum dos lados (principalmente os prefeitos) sejam prejudicados em seus interesses ou prerrogativas. A ideia é votar a lei antes da eleição. Caso contrário, o destino do projeto será uma gaveta.

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A morte de Eduardo Campos e a entrada de Marina Silva embaralham o jogo da sucessão. A pesquisa Datafolha dá mostra disso. Embalada na comoção que o episódio despertou, Marina se sai hoje melhor do que Aécio Neves no primeiro turno e empata com a presidente Dilma Rousseff, com ligeira vantagem, no segundo turno.

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Com esse quadro, muda o debate, pois Aécio, que estava tranquilo à frente de Eduardo, só batia em Dilma. Agora, ameaçado de ficar fora, terá de repensar a estratégia. Se, para alcançar Dilma, ele precisava captar os votos dos indecisos, num primeiro momento deu-se mal: eles foram parar, por enquanto, nas urnas de Marina.

É claro que isso vai se refletir nos estados. A campanha de Beto Richa também vai enfrentar dúvidas. Aécio, candidato do PSDB, partido do governador, estava forte e em condições de disputar o segundo turno com Dilma e, consequentemente, de favorecer a campanha de Beto. E vice-versa – com vantagem para o governador que, apoiado pelo PSB, poderia frequentar também seus palanques no estado.

Beto vai se dedicar a socorrer Aécio ou vai cuidar dele mesmo, tentando inclusive flertar com Marina? Se estivesse com folga, certamente iria em socorro de Aécio, mas em situação de empate técnico com o adversário Requião e com a perspectiva de enfrentar um duro segundo turno, deve voltar-se para sua própria campanha.

Fontes chegadas ao Palácio Iguaçu e à campanha da reeleição já confirmaram que, antes mesmo do Datafolha que o colocou em situação ruim na região metropolitana diante dos dois principais oponentes, Richa já estava decidido a concentrar forças em Curitiba e municípios vizinhos. A razão é simples: seu eleitorado corresponde a mais de 30% do colégio estadual.

Como parte desta ação, sairá do Palácio Iguaçu uma enxurrada de boas notícias para a região, dentre as quais a duplicação da rodovia Curitiba-Rio Branco que a cimenteira Votorantim construirá em troca de ICMS que deixará de pagar.

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Da mesma forma, Requião, que tem mais força no interior e muita rejeição na capital e nas grandes cidades do Norte especialmente, pode querer se achegar a Marina, que será fraca nos pequenos municípios, mas terá força em Curitiba e nas grandes cidades. Um dos coordenadores da campanha do senador foi categórico: Requião tem agora a possibilidade de fincar pé em outra canoa sem precisar defender Dilma, algo que faz até agora com dificuldades.

Para a candidata Gleisi Hoffmann, a melhor notícia do Datafolha é que a avaliação do governo Dilma melhorou. Ótimo/bom cresceu de 32% para 38%. Se isso se mantiver nas próximas pesquisas, ela ganha chances de crescer na intenção de voto. O fator mais relevante para a eventual melhora da avaliação do governo é a possível queda da inflação e a estabilidade (ou até deflação) no preço dos alimentos.

Estrategistas da campanha petista sinalizaram à coluna, ontem, que a entrada de Marina no jogo e as mudanças que esse fato vai provocar nas campanhas adversárias, não vai alterar a linha da própria campanha. De início, vai focar a apresentação de propostas para o estado. Na sequência, a ideia é crescer nas intenções de voto (o Datafolha da semana passada deu-lhe apenas 11%) com uma fase mais crítica, propondo soluções para problemas que Beto Richa e Requião não resolveram nos últimos 12 anos. Pesquisas Datafolha, encomendadas pela RPC TV e pelo jornal Folha de S. Paulo, foram registradas sob números 00014/2014 (TRE/PR) e BR-00358/2014 (TSE). A primeira realizada entre 12 e 14 de agosto com 1.226 eleitos em 46 municípios do estado, com 3% de margem de erro nível de confiança de 95%. A segunda entre os dias 14 e 15 de agosto, com 2.843 eleitores em 176 municípios do país. nível de confiança é de 95% e 2 pontos porcentuais de margem de erro.

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