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A mudança de rumos do PT, que até pouco tempo atrás queria ter o senador Osmar Dias (PDT) como seu candidato a governador, altera pesadamente o quadro político estadual. Agora, com as evidências de que o namoro petista se encanta por Orlando Pessuti, do PMDB, a candidatura deste começa a ser bafejada com os ares da consistência e relativa viabilidade – coisas que até agora não havia conseguido.

As lideranças do PT paranaense começaram a demonstrar fadiga com as indefinições da aliança que pretendiam montar com o PDT – indefinições provocadas por desconfianças mútuas dos dois grupos. Os aliados de Osmar, por exemplo, concentrados principalmente no setor rural, resistem ao vê-lo na companhia de um partido que, segundo eles, protege (e até financia) o inimigo MST.

Em contrapartida, alas mais à esquerda do PT não aceitaram a ideia de ter como candidato do partido alguém que se identificam como representante do agronegócio.

Essa visão maniqueísta – a luta entre o bem e o mal, cada qual achando que o mal é sempre o outro – é apenas um dos fatores da aparente mudança de rumos. Mas há outros, de fundo bem menos político ou ideológico e muito mais de eleitoral. O PT entende que não pode ficar sem o PMDB no palanque de Dilma Rousseff no Paraná – coisa que seria inviabilizada dada a terminante recusa do governador Roberto Requião de não subir no palanque se nele também estiver Osmar.

As questões que se põem agora: Osmar será mesmo candidato, com ou sem alianças? E Beto Richa continuará pelo PSDB? Não seria melhor ter Alvaro Dias como candidato para garantir o apoio do irmão Osmar?

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Olho vivo

Mais um

Notícia que circulou insistentemente ontem: o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) teria sido colocado à venda, seguindo o mesmo caminho do terminal de congelados da Ponta do Félix (Antonina). Responsável pelo movimento de embarque de veículos que saem das linhas de produção das montadoras do Paraná, o TCP foi instalado na segunda metade dos anos 90 sob regime de concessão para um conglomerado de empresas espanholas e brasileiras, dentre as quais a Soifer (Shopping Mueller), Redran e Tucuman. Desconhecem-se os motivos da suposta venda.

Lixo 1

Ficou para esta quinta-feira a decisão do Tribunal de Contas sobre o destino que terá a licitação para a construção do Sipar – a grande indústria de processamento do lixo que Curitiba e 17 outros municípios da região metropolitana pretendem implantar. O parecer do corregedor-geral do TC, Caio Soares, já está pronto, aguardando apenas a manifestação do Ministério Público de Contas para que a matéria seja votada na próxima sessão plenária.

Lixo 2

O Tribunal de Contas acompanha há meses o processo de concorrência e julga questionamentos técnicos e legais apresentados por alguns dos participantes – poderosos consórcios formados por empresas locais em associação com conglomerados estrangeiros interessados num negócio de 25 anos e que lhes pode render bilhões. Se a decisão final do TC for no sentido que até agora prevaleceu nas liminares que já concedeu – isto é, pelo reconhecimento de que houve irregularidades na condução do processo – a prefeitura de Curitiba (líder do consórcio municipal) terá de começar praticamente do zero uma nova licitação.

Lixo 3

Ainda que tudo dê certo, uma nova licitação retardará em pelo menos mais um ano o início da construção do Sipar. Tanto melhor, provavelmente, para a Cavo, empresa que faz a coleta do lixo de Curitiba e que opera o aterro do Caximba. Seu contrato com a prefeitura termina em abril. Terá de ser renovado em caráter emergencial, como costuma ocorrer com quase todos os prestadores de serviços para o município? E o funcionamento da Caximba será estendido por mais tempo além daquele de um ano da prorrogação autorizada pela Justiça?

Vice?

Anunciado como candidato ao Senado pelo DEM, o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos – presidente da poderosa Federação Nacional de Seguros – estaria mudando seu projeto político. Ele estaria interessado, agora, em figurar como vice na chapa de quem for o candidato a governador pelo PSDB. Teria apresentado sua proposta diretamente ao presidente nacional tucano, senador Sérgio Guerra, na semana passada. Estava acompanhado do amigo empresário Mario Petrelli.

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