Enquanto os principais protagonistas do jogo político paranaense se mantêm cautelosos e ainda longe dos arranjos necessários para a disputa eleitoral de 2018, áulicos de todos os lados continuam engendrando fórmulas mágicas que, no entendimento deles, podem garantir o sucesso dos seus respectivos líderes.
Assim, nos últimos dias, vindas do Palácio Iguaçu e de outros círculos influentes, surgiram ideias de alianças com poder de salvar cabeças importantes e bons empregos comissionados. As cogitações têm em comum um centro vital – uma espécie de lâmpada em torno da qual, como na composição do inesquecível Adoniran Barbosa, “as mariposa fica dando vorta em vorta”.
Tudo gira em torno de Osmar Dias (PDT), o candidato a governador até agora tido como invencível e capaz de, junto com ele, eleger o vice e dois senadores. Todos os que desejam tais posições acham que, aliando-se a ele, salvarão suas próprias peles. Para o candidato, a situação é confortável até agora; desconfortável será o momento em que terá de descartar ou combinar entre si algumas das seguintes opções:
• Opção 1
Vice: Ratinho Jr. (PSD/PSC)
Senado: Beto Richa (PSDB) e Gustavo Fruet (PDT)
• Opção 2
Vice: Cida Borghetti (PP)
Senado: Beto Richa e Ratinho Jr.
• Opção 3
Vice: reservada a outro partido que venha a compor a aliança (PPS ou PTB, por exemplo)
Senado: Beto Richa e Ratinho Jr.
• Opção 4
Nenhuma das alternativas, já que Osmar Dias ainda não está convencido de que precisa carregar a candidatura de Beto Richa ao Senado, principalmente se até lá o governador continuar ostentando os atuais altos índices de rejeição. Talvez prefira não ceder ao encanto palaciano, pois já contabiliza na sua história o fracasso da aliança com outro rejeitado: em 2010, Osmar ajudou a eleger Requião para o Senado, mas perdeu a eleição de Richa ao governo. Neste caso, seus candidatos às duas vagas senatoriais não incluiria o nome do governador.
Há alternativas de montagem da chapa sem Richa, sem a “máquina” do PSDB e sem a necessidade de um “acordo branco” com o atual governador.
Assim, com exceção da opção 2 em que ela figuraria como vice, todas as outras dão a Cida Borghetti a chance de colocar em pé a própria candidatura ao Iguaçu com a ajuda do marido, o ministro da Saúde Ricardo Barros. Com a renúncia de Richa em abril de 2018, a atual vice vai virar titular durante os seis estratégicos meses anteriores à eleição – o que não deixa de abrir para Beto Richa um vitaminado guarda-chuva em que se abrigar.
Compete a Osmar Dias decidir-se entre as múltiplas opções. Até lá, tem o prosseguimento da Lava Jato, a crise econômica, a reforma política, a campanha para a Presidência da República... Nada de pressa.
Candidato à vice-presidência da Câmara Federal, o deputado paranaense Sérgio Souza (PMDB) já sabe os adversários que enfrentará. Um deles é Lúcio Vieira Lima, irmão do defenestrado ex-ministro Geddel; José Priante e Carlos Marun, este último o mais fiel dos escudeiros de Eduardo Cunha. Em 1.º de fevereiro se dará a escolha entre os blocos e no dia 2 a eleição. O último paranaense eleito vice da Câmara foi André Vargas (PT), que atualmente reside no complexo penal de Pinhais.
A véspera de Natal deixou de ser festiva para o ex-prefeito de Paranaguá José Baka Filho (PDT), demitido na sexta-feira (23) dos quadros de carreira do Porto de Paranaguá. A autarquia publicou o edital de demissão sob acusação de faltas continuadas ao trabalho. Baka se sente injustiçado e promete recorrer à Justiça.
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