Não há ainda pesquisas eleitorais registradas para medir o pulso do eleitorado curitibano neste segundo turno – a ser travado dia 30 entre Ney Leprevost (PSD) e Rafael Greca (PMN) –, mas os dois candidatos já se apressam em traçar estratégias visando a conquistar a multidão de eleitores órfãos deixados pelos derrotados e pelos que preferiram o voto branco ou nulo. Somados, eles representaram, na contagem oficial, absurdos 473 mil votos “perdidos” – mais de 40% do total dos que compareceram para votar no dia 2.

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Em números absolutos, a diferença entre Greca e Leprevost foi de 130 mil votos (356 mil e 220 mil, respectivamente) – quantidade, portanto, muito inferior ao de eleitores que preferiram outras opções no primeiro turno. Logo, quem conseguir a simpatia da maioria dos “perdidos” tende a assegurar a vitória no segundo turno.

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Reina otimismo na equipe de campanha de Ney Leprevost, envolvida agora na empreitada de conquistar principalmente os que votaram em Gustavo Fruet (PDT), Requião Filho (PMDB) e Tadeu Veneri (PT), candidatos perdedores que se identificam por pertencerem ao campo de oposição ao governo estadual, que apoia a candidatura de Rafael Greca. Coordenadores da campanha veem aí um campo fértil para o crescimento de Leprevost e um estreitamento das possibilidades de expansão substancial da votação de Greca.

Do lado do ex-prefeito Rafael Greca, a estratégia consiste em tentar desconstruir o adversário Leprevost. Isto ficou claro já no primeiro debate entre os dois, promovido nesta quarta-feira (5) pela Gazeta do Povo e transmitido ao vivo pela internet. Exibindo melhor conhecimento da cidade e com propostas que agora se apresentam mais realistas, Greca recorre à sua experiência para não perder votos e conquistar fatias que “sobraram” do primeiro turno.

Assim, exibindo dados na ponta da língua, Greca se dedicou a criticar a viabilidade de algumas das promessas do adversário, dentre as quais, por exemplo, a de reduzir a tarifa do ônibus já nos primeiros 90 dias da gestão. Se a tentativa de desconstrução de Leprevost será assimilada pelos eleitores já é uma outra conversa.

Fuga

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Paulo Vasconcelos, convocou para o próximo dia 10 reunião do Pleno – isto é, dos 120 magistrados que compõem o TJ. A expectativa geral era de que, nesta reunião, fosse votada a redução do Órgão Especial – colegiado que julga gente graúda com foro privilegiado. Atualmente, ele tem 25 membros, mas a intenção (de acordo com emenda constitucional aprovada no início do ano), é diminui-lo para 11. Vasconcelos, porém, preferiu tirar o assunto da pauta para fugir de polêmica fora de hora com a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), contrária à ideia.

Stephanes

A equipe do governador Beto Richa ficará mais pobre a partir da semana que vem. O mais experiente membro de sua equipe, o deputado Reinhold Stephanes deixa o cargo de secretário da Administração e Previdência Social para voltar à Câmara Federal (no lugar do suplente Paulo Martins) a tempo de participar do debate da reforma da previdência, que Michel Temer pretende ver votada ainda este ano. Ex-presidente do INPS, duas vezes ministro do Trabalho e Previdência Social e autor de livros sobre o tema, Stephanes acumula experiência e conhecimento suficientes para contribuir na formulação da nova legislação.

Vozes

Nesta quinta-feira, 6, a partir das 18h30, personalidades da vida curitibana estará no Palacete dos Leões (Avenida João Gualberto, 530), para o lançamento do volume 8 do livro “Vozes do Paraná - retratos de paranaenses”, do jornalista Aroldo Murá. Seus personagens são 21 homens e mulheres que deram expressiva contribuição à vida do Paraná nas últimas décadas.