Olho vivo
Consenso? 1
O deputado Valdir Rossoni, presidente estadual do PSDB, concorda com o governador Beto Richa: o partido não pode rachar em razão das alas que defendem candidatos diferentes para a prefeitura de Curitiba. Rossoni continua a favor da candidatura "puro-sangue" de Gustavo Fruet e ainda acredita que se chegará a um acordo com a ala que apoia Luciano Ducci, do PSB. Também não admite nem sequer discutir a hipótese de que, se não for o candidato escolhido, Gustavo Fruet deixe o PSDB.
Consenso? 2
Da mesma forma, Fruet se recusa a falar em sair do partido, mas também não abre mão de ser seu indicado para concorrer à prefeitura. Considera-se duplamente detentor desse direito: primeiro, por ser tradicionalmente o tucano mais bem votado em Curitiba; segundo, por ter abdicado de uma reeleição certa para a Câmara Federal em 2010 para, como candidato de última hora ao Senado, ter contribuído para a eleição de Richa ao governo.
Consenso? 3
Muito embora todos os dias receba acenos de partidos interessados em abrigá-lo em suas fileiras e em lançá-lo candidato, Gustavo tem preferido responder com o silêncio. Assim como, em silêncio, acompanha a movimentação das esferas decisórias do PSDB que não se entendem. Sua estratégia parece evidente: se deixar o partido, não será por vontade própria, mas porque outros assim preferiram. Outros, no caso, o próprio governador Richa e o presidente municipal, vereador João Cláudio Derosso, que parecem mais propensos a adotar a solução
Luciano Ducci.
Carnavalesco
O sempre discreto assessor informal de Beto Richa, seu primo Luiz Abi Antoun, ganhou o privilégio de acompanhar o governador no ritual que o carnaval carioca reserva aos famosos assistir aos desfiles das escolas no privilegiado camarote da Brahma, conforme registra foto publicada ontem na coluna de Reinaldo Bessa. Luiz Abi, que no passado serviu ao gabinete do então deputado Beto Richa na Assembleia, teve ativa participação na última campanha, ganhando poder e influência até para indicar secretários e aproximar do governo empresários interessados em investir no Paraná.
Ainda enrolada pelas impugnações que tramitam no Tribunal de Contas, a licitação para a coleta de lixo de Curitiba acaba de ser sacudida por uma novidade a empresa Cavo, principal concorrente, que disputava o direito de continuar prestando o serviço que já mantém há 16 anos, foi comprada por outra grande empresa do setor, a Estre Ambiental, por R$ 610 milhões, segundo revela o jornal Valor Econômico, de São Paulo.
A Estre não está entre os inscritos na licitação, mas o milionário negócio pelo qual assumiu o controle da outra não impede a continuidade normal do processo de concorrência, que, em princípio, deveria ser encerrado no início de abril, quando vence (após vários aditivos) o contrato com a Cavo.
Se a Cavo era a "dona" quase absoluta do lixo curitibano pois além de coletar cerca de 2 mil toneladas/dia, administrava também o finado Aterro da Caximba deve passar agora o bastão para a Estre, desde que, claro, se confirme a seu favor o previsível resultado da nova licitação.
Com isso, a Estre dá mais um passo para alcançar a virtual exclusividade de todo o sistema de coleta, tratamento e destinação do lixo urbano de Curitiba quiçá, em futuro próximo, de 18 outros municípios metropolitanos.
A empresa paulista, com braços que se estendem por vários estados e também à Argentina, já mantém contrato com a prefeitura de Curitiba desde novembro passado, quando, em caráter emergencial, passou a receber no aterro sanitário que construiu em Fazenda Rio Grande a quase totalidade de 2,5 mil toneladas de lixo que até então eram depositadas diariamente no condenado Aterro da Caximba. Pelo serviço, cobra da prefeitura R$ 46,70 por tonelada.
Agora, se após a licitação assumir em nome da Cavo também a coleta, acrescentará à sua receita mais de R$ 600 milhões pelo tempo previsto de duração do contrato, de cinco anos. Prorrogáveis, claro, por mais cinco.
Se continuar nessa marcha, comendo pelas beiradas, não se poderá descartar a hipótese de a joia da coroa do lixo metropolitano acabar parando também nas mãos da Estre. Trata-se do Sipar, a indústria de reciclagem que Curitiba, em consórcio com outros 18 municípios, tenta licitar desde 2007. A licitação encontra-se nesse momento suspensa. A Estre não participa, mas a Cavo, sim.
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