Considerado economicamente inviável e de reduzida utilidade para a maioria da população, está praticamente sepultado o projeto de metrô de 14 quilômetros deixado pelos ex-prefeitos Beto Richa e Luciano Ducci, que ligava o Pinheirinho ao Centro. Trabalha-se agora numa alternativa muito diferente e mais barata: o bonde moderno, também conhecido como VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), para percorrer uma circunferência de 38 quilômetros interligando seis grandes terminais da cidade. Estes terminais já servem os usuários de todos os mais populosos bairros de Curitiba e dos municípios atendidos pela Rede Integrada de Transportes (RIT).
A coluna antecipa os conceitos básicos do novo projeto, mas avisa: ainda não há consenso entre os técnicos da prefeitura e nem sequer foram feitos contatos preliminares com o governo federal, que já se havia comprometido a liberar a fundo perdido R$ 1 bilhão para o projeto original.
São dois, portanto, os primeiros desafios para colocar a nova ideia em pé: a) concluir os estudos de viabilidade técnica e econômica; e b) se aprovado o projeto nesta primeira fase, convencer o governo federal a redirecionar para o VLT o recurso prometido para o metrô (aliás, nesta segunda-feira, Gustavo Fruet estará em Brasília para tratar de mobilidade urbana). Mas há ainda um terceiro desafio: vencer a corrida contra o tempo visando a lançar a licitação antes do fim do ano para não perder a ajuda da União.
A comparação
Idealizadores do novo projeto comparam a nova solução com a do metrô:
Metrô
Linha única de 14 quilômetros, do Pinheirinho à Rua das Flores.
Necessidade de escavação das canaletas e remoção de milhões de metros cúbicos de terra e lama, com graves prejuízos para comércio, moradores, trânsito e para o próprio transporte coletivo durante (muitos) anos.
Atendimento a apenas 15% da população usuária do transporte coletivo e limitado apenas à região sul de Curitiba.
Custo subestimado de R$ 2,3 bilhões (oficialmente, R$ 165 milhões por quilômetro; extraoficialmente, há quem calcule em R$ 250 milhões).
VLT
Um anel de 38 quilômetros atendendo praticamente todos os grandes terminais e estações intermediárias que servem aos passageiros urbanos e metropolitanos (veja mapa abaixo).
Atendimento potencial de 150 mil usuários por dia.
Reduzido impacto sobre a normalidade da vida urbana durante a construção.
Capacidade de transporte, numa primeira fase, de 25 mil viajantes por hora (a Linha Interbairros atende atualmente de 10 mil a 12 mil passageiros na hora do pico).
Comboios moduláveis permitirão equilibrar oferta e demanda.
Velocidade média de 25 km/h, superior à dos ônibus.
Poucas exigências de desapropriações e de investimentos em viadutos e/ou trincheiras nos cruzamentos mais críticos.
Já calculadas as margens para eventuais desapropriações e obras suplementares, custo de R$ 2,6 bilhões isto é, praticamente o mesmo do metrô Pinheirinho-Centro. O custo por quilômetro (cerca de R$ 70 milhões) seria entre 40% e 70% mais barato do que o do metrô.
Para quem tem dúvidas sobre a convivência do sistema com a vida urbana, os idealizadores lembram que as mais modernas cidades do mundo já abandonaram projetos de metrô e adotaram VLTs bondes elegantes e modernos que trafegam até mesmo em vias de pedestres. E lembram também que o VLT é a opção de várias cidades brasileiras, como Santos, Goiânia, Cuiabá e Maceió, alguns em construção. São Paulo também já tem estudos adiantados de VLT.
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