Os deputados Dr. Rosinha (federal) e Tadeu Veneri (estadual), que disputam a vaga de candidato do PT à prefeitura de Curitiba, reagiram à entrevista do ministro Paulo Bernardo na qual ele defende a aliança do partido com o PDT e o apoio ao candidato deste, o ex-deputado Gustavo Fruet. As declarações do ministro foram publicadas nesta coluna no último domingo.
Segundo Rosinha, ao contrário do que disse Bernardo, é com uma candidatura própria que o PT estará mais preparado "para defender os governos Lula e Dilma, e não com a de um neoaliado de ocasião". Disse também ser um "despropósito" a afirmação do ministro segundo a qual o desempenho de um candidato do PT poderia ser semelhante ao alcançado pelo candidato do PMDB em 2008 [reitor Moreira], que alcançou apenas 1% dos votos. O deputado Tadeu Veneri concorda com esta observação de Rosinha e relembra: por duas vezes, o petista Ângelo Vanhoni disputou a eleição em Curitiba e chegou a fazer 37% da votação; em 2008, Gleisi Hoffmann, chegou a quase 18%. E citou seu próprio caso: como candidato a deputado estadual em 2010, dentre dezenas de outros que disputavam a mesma eleição, ele somou 3,5% dos votos curitibanos.
Rosinha também é otimista: "Mesmo no caso de ficarmos sozinhos, com uma chapa 100% petista, disputaremos as eleições em Curitiba na condição de protagonistas, e não de coadjuvantes. Vamos ser protagonistas levando as eleições para o segundo turno, com o nosso candidato". E observou: "Caso isso não ocorra, vamos ser protagonistas ao apoiar a candidatura de oposição que passar do primeiro turno".
Veneri, por outro lado, ressalta que decisões sobre a participação do PT na eleição não podem ser tomadas apenas por um grupo do partido, mas que todas as tendências têm o direito de ser ouvidas. Nesse sentido, lembrou que o PT fará em 15 de abril a eleição dos delegados convencionais e, no final do mesmo mês, são eles que definirão a estratégia isto é, se o partido deve lançar candidato próprio ou se será preferível apoiar candidato de outro partido. "É a maioria que vai decidir", contrapõe Veneri.
Da Alemanha, onde se encontra com a presidente Dilma, o ministro Paulo Bernardo contemporiza: a decisão será, sim, tomada pela maioria, e que, democraticamente, todas as correntes têm o direito de se manifestar antes. "É o meu caso: eu apenas defendi um ponto de vista, que aliás não é só meu, mas isto não significa desrespeitar opiniões divergentes", afirmou.
Olho vivo
Candinho 1
A imprensa do Paraná está de luto: despediu-se ontem da nossa convivência um grande jornalista mais que um jornalista, um insubstituível amigo. Cândido Gomes Chagas não resistiu aos três meses de sofrida permanência nas UTIs dos hospitais Evangélico e Santa Cruz. Diretor da revista Paraná em Páginas, Candinho como era mais conhecido marcou sua vida pela combatividade, pela polêmica, pela inquietação. Incompreendido por muitos, admirado em dobro por outros tantos, travou com destemor e coragem inúmeras batalhas em favor do que considerava justo e honesto, sempre em benefício do interesse público.
Candinho 2
Candinho morreu aos 80 anos, 64 dos quais no exercício de sólida e permanente militância no jornalismo. Advogado, foi também procurador do Estado. Sem herdeiros, deixou registrado em testamento o seu último grande gesto: seus poucos bens serão destinados a instituições de caridade, às quais já devotava carinho e atenção. Seu corpo está sendo velado na capela Vaticano; a cerimônia de despedida será às 10h30 de hoje, no mesmo local.
Evangélico 1
Hoje será um dia decisivo para o futuro da Sociedade Evangélica Beneficente (SEB) e para duas instituições das quais é mantenedora o Hospital Evangélico e a Faculdade Evangélica do Paraná. Às 19 horas estará reunido o conselho deliberativo da SEB na tentativa de encontrar meios para colocar fim à crise que abala a entidade desde que o TCU e a Advocacia-Geral da União revelaram malversação de recursos repassados pelo Ministério do Turismo, frutos de emendas orçamentárias apresentadas pelo deputado André Zacharow, que por décadas presidiu a SEB.
Evangélico 2
Com referência a este convênio, a SEB corre o risco de ter de devolver R$ 3 milhões aos cofres públicos mas este não é o problema que mais ameaça a sobrevivência do hospital e da faculdade. Problema maior é uma dívida calculada em R$ 300 milhões, da qual fazem parte salários de médicos atrasados há seis meses; não recolhimento de FGTS e contribuições previdenciárias; fornecedores etc. "Nós somos evangélicos, as coisas têm de andar retamente", diz o líder dos conselheiros dissidentes, Jean Selleti, coordenador do curso de Teologia da Faculdade Evangélica.
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