Submetido ao crivo severo de conceituadas instituições técnicas e de especialistas independentes, o projeto de metrô deixado pelo ex- prefeito Luciano Ducci não conseguiu ficar em pé. Por isso, já não se pensa mais em executá-lo – embora, nesse caso, fique pendente a garantia dada pela presidente Dilma Rousseff de liberar R$ 1 bilhão para a obra.

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Um novo projeto está surgindo das pranchetas de alguns renomados urbanistas, sobre o qual pesa, porém, absoluto sigilo. Sabe-se apenas de alguns diferenciais importantes em relação ao projeto original do metrô: a) custará mais barato; b) terá abrangência muito maior para atender às necessidades de transporte de Curitiba e região metropolitana; c) o processo de construção causará impactos menores na rotina do trânsito e na vida dos moradores situados ao longo do trajeto imaginado.

O que será? Como será? Elevado, na superfície ou subterrâneo? Mistérios como estes não são revelados nem a fórceps pelo prefeito Gustavo Fruet, pelos secretários envolvidos ou pelos técnicos que trabalham na sua concepção. Nem mesmo dão pistas sobre os trajetos ou as linhas que estão sendo riscados no mapa da cidade.

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Vários fatores derrubaram o projeto anterior, que começou a ser gestado pelo então prefeito Beto Richa e parcialmente concluído pelo seu vice, Luciano Ducci. Apresentado como pronto, acabado e viável, acabou aprovado por organismos federais e ganhou a garantia da União de arcar com R$ 1 bilhão a fundo perdido, parte do custo total estimado em R$ 2,3 bilhões.

O projeto desse metrô – que ficou conhecido da população durante os programas eleitorais do ano passado – previa uma linha de 14 quilômetros ligando o Pinheirinho à Rua das Flores. A maior parte seria subterrânea, sob as atuais canaletas expressas que ligam praticamente os mesmos pontos. As canaletas seriam ajardinadas e transformadas em bulevares.

Desde quando apresentado ao público como solução mágica para o transporte curitibano, especialistas apontaram alguns dos principais e comprometedores defeitos do projeto:

• implantar-se-ia um metrô para eliminar um sistema de ônibus cuja eficiência e capacidade de transporte ainda estão longe de se esgotar;

• o processo construtivo, subterrâneo, exigiria a remoção de 600 milhões de metros cúbicos de terra e lodo, infernizando o transporte, o trânsito, o comércio e a vida dos moradores ao longo de muitos anos;

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• o custo estava visivelmente subestimado: certamente chegaria ao dobro dos estimados R$ 2,3 bilhões;

• servindo a apenas 15% dos usuários do transporte coletivo e de uma só região da cidade, o metrô seria altamente deficitário, exigindo subsídios impagáveis para manter as tarifas em nível suportável.

Por tudo isso, o metrô de Richa e Ducci se reduziu a uma pilha de papéis caprichosamente desenhados. Resta esperar para ver se o projeto que vem por aí (provavelmente até julho) conseguirá ser realmente melhor.

Olho vivo

É justo? 1

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Leitora envia carta à coluna com uma observação para lá de pertinente, principalmente nesses tempos que dizem respeitar e valorizar os idosos. Com mais de 65 anos, a leitora, ao seguir os passos para renovar sua carteira de habilitação, viu-se obrigada a pagar ao Detran a taxa usal de R$ 106,29 – mas sua habilitação, em razão da idade, é válida por apenas três anos. Após este prazo, obriga-se a pagar outra vez a taxa para ganhar mais três anos de habilitação.

É justo? 2

Os mesmos R$ 106,29 são pagos pelos mais jovens, com a diferença de que suas carteiras têm validade de cinco anos. Logo, enquanto estes pagarão duas taxas de R$ 106,29 (total de R$ 212,58) em dez anos, os idosos terão de triplicar o valor (R$ 318,77) para manterem a habilitação por nove anos, isto é, um ano a menos. "É justo? É honesto?", pergunta ela às autoridades de trânsito e a quem definiu o valor das taxas (exorbitantes) do Detran sem atentar para o logro que impuseram aos da "melhor idade".

De volta...

O juiz da 1.ª Vara da Fazenda Pública, Marcel Rotoli de Macedo, revogou a liminar que garantia à seguradora Previsul a prorrogação do contrato de seguro de vida de 18 mil servidores da prefeitura de Curitiba. O contrato havia sido rompido em janeiro após a verificação de que a seguradora devia R$ 5 milhões em indenizações a viúvas e órfãos de funcionários falecidos. (Observação: a Previsul se defende, diz que a dívida não é tanta e que os atrasados estão sendo regularizados).

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...para o futuro

Com a revogação, a carteira volta a ser operada pela seguradora que venceu edital de chamamento publicado no início do ano. O juiz Rotoli de Macedo fez mais: decidiu que o assunto não era com ele, mas com o colega da 7.ª Vara da Fazenda, para quem remeteu os autos anteontem, véspera do Dia do Trabalhador.