Olho vivo
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Quando o ministro Marco Aurelio Melo, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar em 18 de fevereiro determinando que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) liberasse o empréstimo de R$ 817 milhões do Proinveste ao Paraná, ele se baseava no entendimento existente até aquela data de que o estado encontrava-se em situação regular. Tal regularidade era atestada pelo Tribunal de Contas do Estado e deveria ser acatada, sentenciou Marco Aurélio.
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Mesmo assim, o financiamento não chegou. Por quê? Porque, segundo a STN, apareceu contra o Paraná outra pendência: o estado deixara de cumprir, em 2013, a obrigação legal de investir 12% em saúde. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) agora sob a direção de experimentados profissionais pôs-se em campo para convencer o ministro do STF de que ele estava sendo desrespeitado.
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O raciocínio do novo procurador-geral, Ubirajara Gasparin, e do procurador-assistente Sérgio Botto, transmitido na petição que fizeram semana passada, é de que a constatação do déficit na saúde é posterior à liminar de 18 de fevereiro. Logo, tal questão não estava em julgamento e, portanto, não pode agora ser levantada para manter o bloqueio. O ministro Marco Aurélio concordou com o argumento e, outra vez, mandou a STN cumprir a liminar do mês passado.
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Diante disto, é possível que a STN acabe por liberar o empréstimo do Proinveste ainda esta semana talvez antes mesmo da reunião que seu chefe, Arno Augustin, terá quarta-feira, 9, com deputados federais e estaduais do Paraná para explicar-lhes os motivos que o impelem a não avalizar os financiamentos.
A meia-noite de sexta-feira, 4 de abril, marcava o prazo final fixado pela legislação eleitoral para que ocupantes de cargos públicos renunciassem ou pedissem exoneração caso quisessem se candidatar a algum mandato eletivo em outubro próximo. Minutos antes de o relógio anunciar o momento fatal, chegou a notícia: Osmar Dias (PDT), vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, desistiu de qualquer disputa eleitoral em 2014. Preferiu ficar no BB.
Osmar vinha sendo insistentemente cogitado para, na condição de vice, compor a chapa da candidata petista ao governo do estado, senadora Gleisi Hoffmann. Vinham também do interior do seu próprio partido apelos para que se candidatasse a deputado federal. Com sua votação, que se esperava "espetacular", o PDT elegeria forte bancada na Câmara e na Assembleia.
Uma nota oficial de Osmar Dias divulgada na manhã deste sábado, 5, jogou um balde de água gelada sobre os sonhos de todos os que queriam levá-lo outra vez a disputar um cargo eletivo. Na nota, o ex-senador confessa que gostaria, mesmo, é de voltar ao Senado, mas que se sente impedido, em razão da "dignidade, do caráter e do respeito", de enfrentar "um irmão de sangue numa disputa eleitoral". Segundo a nota, "não seria um desrespeito somente à minha família, mas uma agressão à população que sempre me respeitou. Seria uma negação dos valores morais que herdei dos meus pais".
Na nota de despedida, Osmar diz que após ter colocado seu nome "à disposição dos eleitores do Paraná duas vezes para o Senado Federal e duas vezes para o Governo Estadual", se sente honrado com os convites para disputar outros cargos, mas que pode dar sua "contribuição de outra forma. E é o que eu farei", finaliza.
Senador por 16 anos, e secretário estadual da Agricultura por quase oito, Osmar tentou por duas vezes se eleger governador. Em 2006, enfrentou Roberto Requião (PMDB) e perdeu por míseros 10 mil votos num universo de 7 milhões de eleitores. Em 2010, fez 45% dos votos na disputa com Beto Richa.
A desistência de Osmar Dias, embora não se tenha constituído numa surpresa para para os observadores da cena política paranaense, tem o condão de colocar um ponto final nas especulações em torno da formação do quadro eleitoral. Sai das cogitações o inegável peso eleitoral que a presença de Osmar Dias significaria numa eventual aliança com Gleisi Hoffmann, quer como seu vice quer como candidato a senador na sua chapa.
O caminho para a reeleição de Beto Richa (PSDB), embora não seja tranquilo, fica menos arenoso. Sem a presença de Osmar, torna-se mais segura para Richa a conquista dos votos conservadores do interior rural historicamente arredio ao PT e pouco simpático a Requião, que tenta ser consagrado pelo PMDB como seu candidato caso o partido, na convenção de junho próximo, decida não formalizar aliança com Richa.
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