• Carregando...

Olho vivo

Centavos 1

O governo estadual prometeu pagar R$ 7,5 milhões mensais até agosto para manter a integração do transporte coletivo e ajudar a manter a tarifa em R$ 2,70. Ainda assim não seria suficiente para equilibrar os custos, pressionados pela decisão judicial que impediu a retirada de alguns itens da planilha. A prefeitura de Curitiba também terá de elevar de R$ 2 milhões para R$ 4,5 milhões o subsídio mensal que libera.

Centavos 2

Diante do rombo, uma força-tarefa nomeada pelo prefeito Gustavo Fruet trabalha para reduzir os custos do sistema. Qualquer centavo economizado é importante, diz um membro da comissão, da qual faz parte até mesmo representante das empresas de ônibus. Dentre as várias sugestões já listadas pelo grupo duas se destacam: a) é preciso aumentar a velocidade média dos ônibus e b) diminuir a concentração dos horários de pico (45 minutos pela manhã e outros 45 no fim da tarde).

Centavos 3

As duas têm justificativa: cada aumento de 1 quilômetro por hora na velocidade média dos ônibus equivale a 1 centavo de economia nos custos. Atualmente, a velocidade média é baixa – apenas 13 km/h, mas é possível aumentá-la bastante se novas vias exclusivas forem criadas e se houver melhor sincronização dos semáforos. A prefeitura já estuda as ruas onde adotar as medidas.

Centavos 4

E, para desconcentrar os horários de pico (nos quais se exige o uso de toda a frota), a comissão pensa em espaçá-los – o que exigiria diferentes escalonamentos nos horários de expediente comercial e até nos horários das escolas. Projetos-piloto serão implantados para a mensuração dos efeitos, centavo por centavo.

Os juízes do Paraná desconfiam de que não lhes será pago o auxílio-moradia que, com tanto custo, conseguiram ver instituído por uma lei aprovada pela Assembleia e sancionada pelo governador em exercício no dia 11. Na dúvida, decidiram fazer um mutirão para que chegue ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Guilherme Luiz Gomes, um manifesto no qual suplicam pela imediata implantação do benefício.

O texto do manifesto foi distribuído a todos os juízes e a eles compete assiná-lo e remetê-lo ao tribunal. Há uma explicação prévia, encaminhada separadamente, que dá uma informação espantosa: o desembargador Guilherme Luiz Gomes disse em recente reunião com a diretoria da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) que "falta orçamento" para pagar o benefício, o que pode levá-lo a indeferir requerimento com a reivindicação protocolado pela associação.

Os autores do manifesto fazem questão de afirmar, porém, que ele está sendo lançado como uma iniciativa "espontânea dos magistrados" e não da Amapar, muito embora conte com o apoio da entidade classista e de seu presidente, o juiz Frederico Mendes, ao que se referem no texto com a intimidade do apelido "Fred".

Explicam também que a questão é urgente e que, apesar das dúvidas que pairam no ar, confiam no desembargador Guilherme Luiz Gomes, a quem definem como "pessoa do mais alto gabarito, enfim, democrático, pelo que, seu posicionamento será o de um digno Presidente do Tribunal, acatando o Requerimento da Amapar e dos colegas".

O movimento dos juízes tem como causa o que se relata num dos parágrafos do próprio manifesto. Diz assim:

"Diante de rumores e boatos vários que tornam nebulosa a efetiva implantação do auxílio-moradia, e já existindo pedido da Amapar para a sua concessão, só nos resta, em apoio associativista incondicional, individual e coletivamente, clamarmos pela imediata implantação do benefício, verba esta constitucional e legal, que, além de cumprir finalidade ínsita à contraprestação do custo da mobilidade do Magistrado por dever e ônus do ofício, também minorará as agruras vividas pelo arrocho dos subsídios."

Em outro trecho, assinala o manifesto:

"Nós Magistrados Paranaenses já enfrentamos todo tipo de desgaste para a aprovação do referido auxílio, desgaste político seja com o Legislativo ou com o Executivo, desgaste com instituições como a OAB e o MP, até mesmo desgaste popular e com a imprensa, e mesmo assim não esmorecemos. Todos os desgastes foram superados e nos sagramos vencedores. E o mais importante, para todos os efeitos, seja para a mídia ou para a população em geral, já estamos recebendo o auxílio-moradia."

Data venia, "o peso e as agruras dele [auxílio-moradia] já carregamos, nos falta o pagamento."

Dê sua opinião

O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]