Esta foi a pergunta – quase em tom de apelo – mais ouvida ontem durante a reunião de Osmar com a executiva estadual pedetista, deputados estaduais e federais, prefeitos, vices e vereadores da legenda. O senador ouviu e não disse se concorda ou não com a ideia – mas certamente não deixará de levá-la à mesa do almoço que terá com a presidenciável petista Dilma Roussef nesta quinta-feira, em Brasília.

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O encontro durou toda a tarde – tempo suficiente para dirimir as dúvidas de alguns que ainda imaginavam ser possível uma reviravolta nas bandas do PSDB a ponto de o prefeito Beto Richa ser forçado a desistir de sua candidatura. A dúvida foi substituída por duas certezas: Richa será candidato e Osmar Dias também, um contra o outro em outubro próximo. Para sacramentar tais certezas, só falta chegar o dia 8 de fevereiro, data em que o diretório estadual tucano promete referendar de vez o nome de Richa.

Pois bem: após colocadas as coisas nesses lugares, Osmar Dias foi antecipadamente autorizado pela platéia a dizer o "sim" definitivo ao PT e a iniciar entendimentos com outros partidos para ampliar o leque de alianças. As opções não são muitas – pois velhos companheiros da antiga aliança, o PPS e o DEM, por exemplo, deverão seguir o PSDB de Richa. Dos maiores partidos, o PP de Ricardo Barros é a única esperança mais sólida.

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São possíveis, no entanto, alianças informais, mas não menos importantes. Por exemplo, com o PMDB, que por idiossincrasias de Requião com Osmar se mostra por enquanto mais propenso a aproximar-se de Beto Richa. Entretanto, se o PT for convencido a tirar de Gleisi a vaga de candidata ao Senado para colocá-la na vice de Osmar, quem sabe Requião reconsidere sua posição. Candidato a senador, o governador ficaria sem adversário com o peso de Gleisi a atrapalhar-lhe a eleição.

Com o PP, a aliança poderá ser formal se Gleisi for para a vice. Esta providência abriria caminho para o deputado Ricardo Barros, presidente estadual do partido, realizar com mais segurança seu projeto de ganhar uma vaga de senador.

Fica a pergunta: Gleisi concordaria com esta mudança? Seu marido, o ministro Paulo Bernardo, que articulou a aproximação com Osmar, também?

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Olho vivo

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Legal? 1

"Este processo foi perfeitamente legal, não causou lesão ao erário e não desobedeceu o parecer final da Procuradoria Geral do Município. Estes mesmos esclarecimentos serão prestados à Justiça pela Procuradoria Geral do Município, em virtude da ação que tramita entre moradores e empreendedores." Foi assim que a prefeitura se pronunciou, ontem, a propósito de nota publicada nesta coluna a respeito de decisão judicial que paralisou as obras de um condomínio de luxo no Cabral. Em liminar, a Justiça entendeu que o empreendedor indenizou o município com apenas 10% e não com 35% da área do loteamento.

Legal? 2

Segundo nota da prefeitura, a legislação federal que obrigava a cessão de área no mesmo imóvel de no mínimo 35% foi revogada, deixando aos municípios liberdade para definir o que mais fosse conveniente. "No caso do empreendimento denominado Graciosa Boulevard, esta faculdade foi utilizada pelo Município de Curitiba", diz a nota.

Legal? 3

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Assim, com base em pareceres da Procuradoria Jurídica, a secretaria de Urbanismo considerou razoável e legal uma indenização no valor de R$ 456 mil – valor que corresponderia ao de um dos lotes em que o condomínio foi subdividido. Um dos primeiros pareceres da procuradoria jurídica, de autoria do procurador Italo Tanaka, no entanto, pode servir para colocar em dúvida o acerto dos demais. Nele, Tanaka defendia o porcentual de 35%, prática comum em Curitiba mesmo após a revogação da legislação federal. Se era prática comum, por que, no caso, ela mudou?

Legal? 4

No local, onde antes se situava a indústria de biscoitos Lucinda, estão já construídas duas torres de apartamentos, duas outras estão em obras e há projeto para mais quatro. No mais luxuoso, um apartamento valerá R$ 3 milhões. No menos luxuoso, R$ 1 milhão.