Olho vivo
Apostas 1
A coluna registra com satisfação ter recebido de presente um pacote de 500 gramas de balas de hortelã. A oferenda foi feita pelo chefe do escritório paranaense do senador Alvaro Dias, Edson Gradia. Segundo ele, o estoque servirá para o colunista honrar a aposta que vem perdendo nos últimos dias, que consistia em premiar com balas de hortelã os leitores que acreditassem que a Câmara ousasse punir seu presidente, João Cláudio Derosso.
Apostas 2
Os crentes estão ganhando: ontem, ao contrário de equivocadas previsões, o Conselho de Ética recomendou o afastamento de Derosso do cargo de presidente por 90 dias. A decisão do Conselho de Ética ainda precisa ser aprovada (ou rejeitada) em votação do plenário de 38 vereadores.
Apostas 3
Enquanto isso, ou melhor, enquanto Derosso não se afastar por conta própria ou não for forçado a tanto, a CPI instituída para investigá-lo continuará patinando. Criada há três semanas, os nove membros indicados pelos partidos precisam ter seus nomes homologados por quem? pelo próprio Derosso enquanto for presidente. É o que manda o regimento da Câmara. Espera-se que ele se declare impedido e delegue a responsabilidade.
Lotar
Se você completou 20 pontos e teve sua carteira de habilitação suspensa por 30 dias, para recuperá-la precisa passar pelo Curso para Condutores Infratores do Detran, segundo determina o Código de Trânsito Brasileiro. Mas está acontecendo uma coisa curiosa: não há vagas para o curso dentro desse prazo de 30 dias, todas a turmas estão lotadas, o que significa uma ampliação injusta da pena. Quem consulta o site do Detran não encontra programação nem jeito de se inscrever para uma próxima etapa.
Educação
De fonte brasiliense: é provável que já em outubro o Ministério da Educação tenha novo titular. Sai Fernando Haddad e entra Gabriel Chalita. A nomeação de Chalita abre espaço para que Haddad seja candidato a prefeito de São Paulo apoiado por Lula e pelo PMDB, que antes preferia Chalita. Marta Suplicy ainda esperneia pela vaga de candidata petista.
O compromisso antecipado, embora ainda informal, de levar o PMDB a apoiar a reeleição do governador Beto Richa em 2014 é um dos motivos que o ex-governador Orlando Pessuti alega para deixar o partido. A possibilidade de deixar a legenda em que militou nos últimos 45 anos foi confirmada por ele ontem, com a ressalva de que só não o fará imediatamente porque ainda espera um posicionamento nacional do partido para coibir o adesismo que se verifica no Paraná, segundo disse à coluna.
Pessuti levará a questão ao exame do congresso que o PMDB fará em Brasília no próximo dia 15. Lá, ele vai relatar o processo de desfiguração pelo qual o partido vem passando no estado. Na classificação do ex-governador, um dos piores sintomas dessa desfiguração foi a decisão da bancada estadual de deputados de, fisiologicamente e sem consultas, passar a integrar a base de apoio ao governo tucano de Beto Richa.
Mais: em Curitiba, o diretório municipal isolou expressivo número de militantes, fechou as portas para o ingresso de lideranças importantes caso de Gustavo Fruet para, em troca, lançar-se à aventura de disputar a eleição de prefeito, em 2012, com um candidato inviável. No interior, antigos peemedebistas estão sendo convencidos a trocar de partido ou a apoiar velhos adversários.
"Estamos assistindo a um vergonhoso desmanche do PMDB no Paraná", lamenta Pessuti, e isto exige que a direção nacional do partido tome providências. Se medidas corretivas não forem adotadas, ele e seu grupo que perderam espaço em todas as instâncias prometem se desfiliar do partido. "Não é o que queremos, mas se não sobrar alternativa, é o que vai acontecer", avisa. A melhor alternativa, no entanto, seria a dissolução de todos os atuais diretórios, o estadual e o municipal, que já perderam representatividade, e dar início a um processo de reorganização a partir da base.
Desde que começou a dar sinais de sua pretensão de deixar o PMDB, Pessuti diz ter recebido convites de várias legendas, dentre as quais cita PSC, PDT e PV. Não deu resposta a nenhum deles; prefere esperar a eventual definição de rumos que o PMDB possa ditar a partir do dia 15. "O ideal é que o PMDB seguisse o exemplo do PT que, no último domingo, fechou questão: não vai apoiar candidatos de partidos de oposição. Ora, no Paraná, o PMDB é oposição ao PSDB", finalizou.
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