Imagine o seguinte: você vai a um posto de saúde e pede para agendar uma consulta. Telefona para o 156 e faz uma simples reclamação. Já o servidor quer calcular o tempo que falta para requerer a aposentadoria. A Urbs, por sua vez, precisa saber quantos passageiros andaram de ônibus em determinado dia. A prefeitura precisa emitir as guias do IPTU e saber quantos são os inadimplentes; ou ainda fazer a folha de pagamentos e controlar o orçamento municipal.
Nos tempos modernos, todos esses serviços são feitos, claro, por computadores que processam softwares desenvolvidos especialmente para cada finalidade. Agora imagine que todos esses serviços de informática estão concentrados numa só empresa, dona dos computadores e dos programas. E imagine também o que acontecerá se, de repente, essa empresa fechar ou a prefeitura romper o contrato com ela. É fácil saber o o resultado: o grau de dependência é tão grande que o colapso será imediato.
Pois este é o caso do ICI (Instituto Curitiba de Informática), instituição de direito privado e administração autônoma, que cobra um dinheirão da prefeitura sem explicar exatamente como gasta. É a isto que se dá o nome de "caixa preta" difícil de ser aberta porque nem o prefeito tem tanto poder para isso. E agora, Gustavo?
Olho vivo"Outra leitura" 1
A Secretaria de Comunicação Social do governo do Estado enviou nota na qual afirma que esta coluna publicou na última terça-feira "informações inverídicas" e atribui os erros que diz ter encontrado "a outros interesses [do colunista] que não aqueles de bem informar o público leitor". O governo reclama dos comentários publicados nesta seção sob o título "Outra leitura", que fazia referência a informações divulgadas no tabloide "Paraná em Ação" patrocinado pelo governo, distribuído aos veranistas no último fim de semana e encartado em alguns jornais.
"Outra leitura" 2
Na nota, o governo confirma a informação constante do seu tabloide segundo a qual foi mantido o investimento de R$ 840 milhões que previra em 2011 para o programa de recuperação e conservação de estradas. A coluna havia informado os leitores que, destes R$ 840 milhões deveriam ser abatidos valores referentes à Cide imposto federal sobre combustíveis e que foi "zerado" em junho do ano passado pela União. Sem o repasse da Cide disse a coluna o prometido investimento teria sido reduzido a menos de R$ 600 milhões. A nota oficial não informa e nem a Secretaria do Planejamento confirma remanejamentos de verbas orçamentárias estaduais para manter o valor original.
"Outra leitura" 3
A Secretaria de Comunicação Social não desmente a informação de que os supostos R$ 840 milhões foram aprovados em 2011 para custear obras durante os dois anos seguintes isto é, 2012 e 2013. Entretanto, somente às vésperas da eleição de outubro último isto é, com quase um ano de atraso é que foram liberados os primeiros recursos o que significa que a previsão de diluir os (mesmos) investimentos se estenderá até 2014, outro ano eleitoral.
"Outra leitura" 4
Tem razão a nota do governo, porém, quanto à referência errada feita por esta coluna à PR-323, confundida com BR-323 portanto, como se fosse rodovia federal. A estrada é estadual e, de fato, os investimentos de R$ 30 milhões são provenientes de recursos do estado. Quanto à inclusão de obras custeadas pelas concessionárias de pedágio, como a duplicação Matelândia-Medianeira e o contorno de Campo Largo, a nota oficial omite o fato de que, na negociação para viabilizar esta última obra, o governo abriu mão de uma duplicação que a concessionária estava para iniciar na PR-151 (Norte Pioneiro).
Zumbi
Vai cair numa quarta-feira o feriado de 20 de novembro instituído pela Câmara de Vereadores de Curitiba para comemorar o Dia da Consciência Negra. Dia 15, feriado da República, será na sexta anterior o que faz antever que não poucos farão um "feriadão" de sexta a quarta. A lei deverá ser promulgada pela própria Câmara, já que nem o ex-prefeito Luciano Ducci nem o atual, Gustavo Fruet, a sancionaram dentro do prazo, que terminou no último dia 4.
Revelações 1
Já no dia da posse do novo Conselho de Administração da Urbs, sexta-feira, os dois vereadores que passaram a compô-lo (Jorge Bernardi e professora Josete) tomaram um susto com as revelações que vieram à tona. Uma delas: uma dívida de R$ 800 mil da Urbs com uma construtora de Curitiba, em 2002, transformou-se em R$ 12 milhões hoje. Não há o que fazer: a ação de cobrança que corria na Justiça já transitou em julgado e a Urbs perdeu.
Revelações 2
Outra revelação (na verdade, uma confirmação do que já se sabia) foi a do mau negócio feito pela Urbs na concessão de dois estacionamentos subterrâneos a empresas privadas que os constroem na praça Rui Barbosa e na Rodoferroviária. Cálculos subdimensionados quanto à potencial rotatividade de usuários dos estacionamentos darão lucros exorbitantes aos concessionários dos imóveis e enorme prejuízo aos cofres da companhia municipal.
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