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Olho vivo

Greve?

Agrava-se o estado de insatisfação da Polícia Militar com o governo estadual. A causa agora é o anteprojeto de lei que regulamenta a implementação do sistema de subsídio para a remuneração dos policiais. Pelo anteprojeto, há casos em que a remuneração será menor do que a atual. Amanhã, associações vão se reunir para definir a resistência. Não está descartada uma greve.

Sob nova direção

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, voltou a Brasília ontem para, aproveitando os últimos dias de férias, cumprir uma obrigação que vem adiando há mais de dois anos: frequentar um curso de reciclagem para motoristas e recuperar a carteira de habilitação suspensa por ter ultrapassado a casa dos 20 pontos fatais. Matriculou-se no Detran do DF para uma semana de aulas e provas sobre regras de trânsito.

Legal

Ninguém aponta qualquer ilegalidade no ato, mas quem leu a edição n.º 320 da versão eletrônica do "Atos Oficiais" do Tribunal de Contas teve sua atenção despertada pela nomeação de Sandra Durau Rodrigues para o cargo de assessora de Planejamento no gabinete do conselheiro Ivan Bonilha. O cargo é um DAS-2, que rende R$ 7,5 mil mensais. Sandra vem a ser esposa de Ezequias Moreira, assessor informal de Beto Richa e protagonista do caso da "sogra fantasma", cujos salários pagos pela Assembleia eram repassados para o genro. Ezequias atualmente é diretor da Sanepar.

Engana-se quem imaginar que nada está acontecendo nesta aparente entressafra da atividade política. Não há recesso completo para quem tem objetivos e metas a cumprir no ano eleitoral que se inicia; ao contrário, aceleram-se os contatos para a montagem e consolidação das alianças que se formam em torno dos principais candidatos a prefeito de Curitiba.

Tomou o centro das atenções nos últimos dias o candidato do PSC, deputado Ratinho Júnior – cobiçado detentor de acentuada popularidade junto às classes D e E, atributo de que não dispõem na mesma medida os outros dois mais fortes candidatos, o prefeito Luciano Ducci (PSB) e o ex-deputado Gustavo Fruet (PDT). Ambos gostariam de ter Ratinho como seu aliado já no primeiro turno e não como competidor.

Bem colocado nas pesquisas realizadas no ano passado, que o davam como encostado no favorito Fruet e à frente de Ducci, Ratinho vê-se com cacife suficiente para manter a disposição de levar a sua candidatura até o fim. Imagina que, se se mantiver na disputa, o mínimo que poderá acontecer é levar o pleito a se decidir apenas no segundo turno – quando, então, seu cacife seria ainda maior. Por esta razão, por enquanto, segundo fontes próximas, não se sente estimulado a ouvir o canto das sereias que lhe chega desde os lados do Centro Cívico.

Tanto o prefeito Luciano Ducci quanto o principal patrocinador do seu projeto de reeleição, o governador Beto Richa, têm feito chegar ao deputado tentadoras propostas a serem cumpridas no futuro. Dentre elas a de que será o candidato preferencial do grupo para suceder Ducci na eleição de 2016.

Há um fator que precisa ser considerado: o pai de Ratinho Júnior, dono de emissoras de televisão e apresentador de programas populares de grande au­­­diên­­­cia, não tem economizado ultimamente elogios a Beto Richa. Num dos últimos programas, Ratinho pai enalteceu o governador até mesmo por uma obra do governo federal, a duplicação da ligação Cambé-Califórnia. Tal comportamento pode sugerir que, se depender da preferência paterna, Ratinho acabe por não resistir à atração.

Embora mais discretas, conversações com Ratinho vêm também acontecendo do lado de Gustavo Fruet. No caso, um dos poucos trunfos com que o pedetista conta é o fato de o parlamentar pertencer ao PSC (é seu presidente estadual e líder na Câmara) – partido da base da presidente Dilma Rousseff. Conta também o apoio que mutuamente ele e a ministra Gleisi Hoffmann se dispensaram nos últimos pleitos. E que ela, possível candidata ao governo em 2014, espera manter.

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