Olho vivo

Esperança

O senador Alvaro Dias (PSDB) manifestava este fim de semana, em Curitiba, sua esperança de que a ministra Rosa Weber, do STF, vai garantir a instalação da CPI da Petrobras nos moldes propostos pela oposição. Alvaro considera que a outra CPI, governista – que inclui entre seus objetos assuntos que não têm conexão com a Petrobras – será reconhecida como ilegal pela ministra.

Vai longe 1

"A coisa é séria e vai longe. Começou com André Vargas e o PT, mas vai parar muito mais alto". A afirmação é de um graduado servidor que desde 2002 acompanha os passos do doleiro Alberto Youssef, preso há duas semanas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal sob suspeita de chefiar quadrilha de lavagem e de negócios escusos na Petrobras.

Vai longe 2

Há 12 anos, Youssef esteve envolvido em outro escândalo – o da Copel-Olvepar, que teria desviado, em valores de hoje, mais de R$ 250 milhões de dinheiro público. Secretários de estado, deputados e até conselheiros do Tribunal de Contas foram indiciados. Duas ações, uma cível e outra criminal, foram propostas, mas sequer saíram do 1.º grau. Moral da história: se o caso não tivesse sido abandonado pelo Ministério Público e pela Justiça, Youssef não estaria ainda hoje causando tanta confusão.

Tourada

O fato novo da eleição do Paraná é a exploração de touros. Primeiro o pré-candidato Orlando Pessuti desfilou no dorso de um formidável exemplar que acabou como personagem de blogs políticos. Na última quinta, em Londrina, outro foi montado por Beto Richa, com direito a novas fotos nas redes sociais. Não há ainda pesquisa que indique a preferência do eleitorado por touros.

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Teria o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ficado com receio das algemas, ou, enfim, acabara apenas por reconhecer que a demora na liberação dos empréstimos ao Paraná se devia apenas à própria teimosia e má vontade motivadas por suposta discriminação política?

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Não importam exatamente quais as razões que o levaram a anunciar, na última sexta-feira, que todos os financiamentos e avais solicitados pelo governo paranaense seriam imediatamente atendidos, mas pelo menos três fatos precisam ser relacionados à sua decisão – dois anteriores e um terceiro cujos efeitos serão avaliados em futuro breve.

O primeiro deles, antecedente, foi a mudança de direção que permitiu à Procuradoria Geral do Estado (PGE) – que há apenas 20 dias foi colocada nas mãos de profissionais mais experimentados no ofício de fazer a defesa jurídica do estado – agir com mais resolutividade e clareza, atributos antes escassos.

Sucessivas liminares pleiteadas pela PGE ao Supremo Tribunal Federal (STF) convenceram os ministros Marco Aurélio e Luís Roberto Barroso a apertar o cerco sobre a STN. Eles reconheceram – embora em caráter preliminar e, portanto, precário – o direito do Paraná de ver seus empréstimos liberados. Caso não o fossem, que o titular da STN, Arno Augustin, ficasse sujeito até mesmo à prisão.

Outro fato recente que contribuiu para acelerar a decisão favorável ao estado foi a iniciativa de dois parlamentares do PMDB, o estadual Luiz Cláudio Romanelli e o federal João Arruda. Deles partiram os primeiros esforços para que um grupo pluripartidário de parlamentares fosse recebido, na última quarta-feira, pelo chefe da STN. A audiência serviu, no mínimo, para desanuviar o ambiente até então contaminado por radicalismos de natureza política que em nada contribuíam para a solução do impasse.

Muito bem, agora está tudo resolvido. Bastam apenas a assinatura do ministro da Fazenda e a publicação em Diário Oficial para que a grana caia nos cofres do estado. O primeiro e mais expressivo depósito será o dos R$ 817 milhões do Proinveste.

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Consequência: se era este o obstáculo que empacava o governo de Beto Richa, que sequer podia manter as viaturas policiais rodando por falta de combustível; que não tinha fundos para pagar a ração dos cachorros farejadores da PM; e que acumulava dívida de R$ 1,1 bilhão junto a fornecedores – seus problemas acabaram.

Pode ser uma solução "tabajara": falta tão pouco para o término da gestão que é improvável que neste curto período se operem mudanças espetaculares na administração. Do ponto de vista reeleitoral, no entanto, sobrará ao governador o já manifesto gosto de ter derrotado o que supõe ter sido obra da adversária senadora Gleisi Hoffmann.

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