Olho vivo
Vaga 1
Um incauto que ligue para a Câmara Municipal e peça para falar com o vereador Omar Sabbag é logo transferido para seu gabinete. Atenciosas secretárias explicam que Sabbag não dá mais expediente ali, mas no Lactec um instituto de pesquisa tecnológica com vínculos com o governo do estado, do qual é presidente desde janeiro, indicado pelo governador Beto Richa. Desde então, sua cadeira de vereador está vaga mas seu gabinete na Câmara mantém-se atuante, algo parecido com o que ocorre na Assembleia, onde gabinetes de deputados licenciados para exercer cargos no Executivo permanecem lotados de assessores, ativos e operantes.
Vaga 2
Enquanto isso, há um suplente que não assume a vaga deixada por Sabbag. Por motivos desconhecidos, até hoje, dois meses depois do afastamento, o ex-vereador Jorge Yamawaki (quase 6 mil votos na eleição municipal de 2008, segundo suplente do PSDB) nem sequer foi convocado para tomar posse. A informação disponível no gabinete da presidência é de que ele só será chamado em maio isto é, cinco meses depois.
Mais um
Apareceu mais um candidato a prefeito de Curitiba além dos já declarados Luciano Ducci e Gustavo Fruet. Trata-se do ex-governador Roberto Requião, eleito senador em outubro. Pelo Twitter, ele comunicou ontem: "O Senado me empolga, mas se for pela minha Curitiba e para resgatar o nosso PMDB, convocado, disputo a prefeitura." Certamente acredita ter chances, muito embora tenha sido o último colocado dentre os quatro principais candidatos a senador na capital em outubro passado. Requião obteve apenas 16% dos votos.
Infiéis
Enquanto isso, na Assembleia, é cada vez menor o número de deputados peemedebistas que mantêm fidelidade ao ex-governador. Pelo menos metade da bancada já aderiu ao governo tucano de Beto Richa.
Nesse momento, uma única voz seria capaz de ditar novos rumos para a definição do PSDB quanto à eleição de prefeito em 2012. Essa voz é a do governador Beto Richa chefe supremo do partido no estado. Até agora, contudo, apesar da velocidade com que os fatos estão correndo à frente de seus olhos, Richa mantém-se mudo. A explicação para sua postura pode ser encontrada no seu coração, que na verdade palpita em favor da eleição de candidato de outro partido no caso, o atual prefeito, Luciano Ducci, do PSB.
O silêncio de Richa, destinado a aparentar equidistância diante da disputa interna entre grupos que se rivalizam no PSDB local, acaba, no entanto, por favorecer os movimentos do vereador João Cláudio Derosso, presidente municipal do partido. Derosso prefere emplacar uma aliança com Luciano Ducci em detrimento do candidato próprio da legenda, o ex-deputado (e quase senador) Gustavo Fruet.
O passo mais concreto de Derosso nesse sentido será sua recondução à presidência do diretório municipal na convenção que convocou para o próximo dia 20. Detém sólida maioria e a certeza de que manterá firmes os cordéis da política interna. Os diretórios nacional e estadual do PSDB querem conter os movimentos de Derosso, cancelando a convenção e nomeando uma comissão provisória que o apeie do poder. Mas até agora não conseguiram o aval de Richa para tomar esta providência.
O presidente estadual tucano, deputado Valdir Rossoni, que inicialmente estava ao lado de Gustavo Fruet chegou a anunciar que nomearia comissão provisória vinculada a Fruet para tomar conta do partido em Curitiba , preferiu nos últimos dias adotar o diálogo depois que, apesar da orientação em sentido contrário, Derosso convocou outra convenção. Na quarta-feira, Rossoni conversou com os dois lados, mas não conseguiu o pleno consenso. Espera que, durante o carnaval, as conversações evoluam sem causar traumas para ninguém.
Enquanto isso, partidos menores se assanham com a eventual saída de Gustavo do PSDB, caso se veja derrotado em sua pretensão de ser escolhido o candidato do partido. PV, PSC e PDT já se ofereceram para abrigá-lo em suas fileiras, garantindo-lhe a vaga. Até agora não obtiveram resposta mas a terão certamente antes do dia 20.
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