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Olho vivo

Luzes do WikiLeaks 1

Uma revelação do WikiLeaks, aquele site de um jornalista australiano que tem revelado segredos de Estado do mundo inteiro, acendeu algumas luzes na Secretaria dos Transportes e Logística do governo paranaense. O WikiLeaks informou que o governo dos Estados Unidos está entusiasmado com a confirmação da existência de grandes reservas de minério de ferro e nióbio no Mato Grosso do Sul, ainda não exploradas, de propriedade da Vale. Ora, pensaram os técnicos da secretaria paranaense, esse minério precisará ser exportado!

Luzes do WikiLeaks 2

Nesse caso, então, nada melhor do que o trajeto ferroviário mais curto em direção a um porto não congestionado. Este trajeto seria a sonhada extensão da Ferroeste de Cascavel em direção ao Mato Grosso do Sul, que, além da soja que poderia trazer para Paranaguá, poderia trazer também os minérios para o projetado porto do Mercosul (ou Ponta do Poço, em Pontal do Paraná) – um empreendimento do empresário paranaense João Carlos Ribeiro que só não foi implantado porque o governo Requião foi competente em criar as dificuldades de praxe.

Luzes do WikiLeaks 3

O interesse norte-americano, segundo os telegramas secretos revelados pelo WikiLeaks, está no fato de o minério de ferro do MS ser um dos mais puros do mundo. Além disso, o nióbio brasileiro – essencial na fabricação de aços especiais – só é, na prática, encontrado apenas no Brasil, que agora tem suas reservas conhecidas multiplicadas.

Unespar

A Secretaria de Ciência e Tecnologia, gestora das universidades estaduais, anunciou que vai reformar o estatuto da recentemente criada Universidade Estadual do Paraná (Unespar) – instituição que reuniu as sete faculdades públicas estaduais isoladas. A comunidade acadêmica imagina que o objetivo da reforma seja o de passar a permitir que os reitores da Unespar já não precisem de títulos de mestrado ou doutorado – como acontece desde que, na semana passada, quando o secretário Alipio Leal demitiu o reitor anterior, autoproclamou-se novo reitor e nomeou um vice – ambos sem os títulos acadêmicos exigidos pelo atual regimento.

O deputado Valdir Ros­­­soni, presidente da Assembleia Legislativa, responsabilizou ontem o procurador-geral da Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, pelo vazamento antecipado de informações a respeito de investigações que o Ministério Pú­­blico realiza. Segundo ele, denúncias de que teria abrigado fantasmas em seu gabinete foram anônimas e que a apuração não foi concluída e nem comprovadas as supostas irregularidades.

Em discurso, Rossoni atribuiu os vazamentos ao dedo de Olympio e que teriam sido motivados pelo fato de o irmão do procurador, o ex-diretor Le­­­gislativo da Assembleia, Severo Sotto Maior, ter sido demitido pela atual direção da Casa. Severo foi citado como responsável por contratar parentes – um deles um filho que teria sido admitido na Assembleia quando contava 14 anos de idade.

A acusação pública de Rossoni a Olympio abre uma nova frente de batalha – agora contra o que o presidente da Assembleia classifica de lentidão do Ministério Público na apuração e na tomada das providências legais cabíveis quanto às inúmeras irregularidades já comprovadas. Rossoni acha inexplicável – ou explicável demais! – a demora do MP.

A esta nova frente soma-se, também, a repentina decisão – anunciada na última sexta-feira – de considerar nulos o procedimentos tomados na Assembleia que culminaram, em 2008, na nomeação de Maurício Requião para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas. Inscrições para o preenchimento da vaga foram imediatamente abertas. E um dos primeiros a candidatar-se foi o atual procurador-geral do estado, Ivan Bonilha.

O custo das câmaras

A ONG Transparência Brasil traduziu em números a irrelevância das câmaras municipais de muitas das 27 capitais brasileiras: gastam muito e não produzem quase nada. No total, o custo dos vereadores das capitais para o bolso do contribuinte chega a R$ 1,6 bilhão, mas se dedicam quase exclusivamente a dar nomes de ruas e a tratar de outros assuntos de quase nenhum interesse público.

Num ranking entre as câmaras que mais pesam para o contribuinte aparece a de Curitiba, em 4.º lugar, cujo orçamento, em 2010, era de R$ 89 milhões (em 2011, esse valor foi aumentado para R$ 100 milhões). Cada curitibano tirou do bolso no ano passado R$ 51,00 para manter o Legislativo, mais do que o dobro do que pagou um paulistano (R$ 23,00).

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