Não se trata exatamente do que se poderia chamar de um movimento de renovação na política, mas algumas forças se mexem e se organizam para mudar o que aí está. Fazem o papel de “renovadores” alguns herdeiros diretos e indiretos das velhas oligarquias que dominam o Paraná. As próximas eleições municipais formam o caldo de cultura para o surgimento destas “novidades”.
Em Curitiba, por exemplo, para disputar com o candidato à reeleição Gustavo Fruet, que “novidades” se apresentam? Vamos lá:
• Rafael Greca, formado no berço do lernismo nos anos 80, foi vereador e se elegeu prefeito (1993-96) e chegou a ministro no governo Fernando Henrique. Deixou o grupo que o criou para se aliar ao do “inimigo” Roberto Requião. Agora, dizendo-se desgarrado do PMDB e filiado ao nanico PMN, pretende disputar a prefeitura pela terceira vez.
• Luciano Ducci, “novidade” que deve sua existência política principalmente à aliança do seu partido, o PSB, com Beto Richa. Foi seu vice na prefeitura de Curitiba e se tornou titular em 2010 quando o padrinho renunciou para disputar o Palácio Iguaçu. Tentou a reeleição em 2012, mas parou no primeiro turno. Em 2014, elegeu-se deputado federal. Espera que Richa lhe seja fiel no apoio à sua segunda tentativa de voltar à prefeitura.
• Requião Filho, deputado estadual, embora jovem na idade, carrega nas costas e nos seus inflamados discursos o polêmico legado político do pai, o ex-prefeito, tri-governador e bi-senador Roberto Requião. O filho reflete a esperança da família e do grupo peeme-requianista de manter viva a corrente.
A indecisão de Ratinho Jr. (PSC), que ainda não sabe se disputará outra vez a prefeitura ou espera 2018 para se candidatar ao governo, não exclui seu nome da pretensa “renovação”. Filho de ex-deputado, o apresentador e dono de rede de TV Carlos Massa, Ratinho Jr. já fez o papel de “novo” na eleição municipal de 2012, mas não obteve sucesso. Perdeu para Gustavo Fruet, herdeiro político do pai sucessivamente vereador, prefeito e deputado Maurício, seguindo-lhe exatamente os mesmos passos.
Londrina
Em Londrina, o segundo maior colégio eleitoral do estado, dá-se fenômeno parecido. Lá, o atual prefeito, Alexandre Kireeff, realmente foi o “novo” de 2012. Empresário, nunca tinha participado de qualquer atividade política e se elegeu (apertado) apoiado por um só partido, o então nascente PSD, derrotando as velhas forças políticas dominantes da cidade.
Kireeff faz uma administração “nova” em Londrina, tendo sepultado velhas e indecentes práticas que por décadas contribuíram para a má-fama da cidade. Será possivelmente candidato à reeleição e possivelmente também por outro partido, o PV – já que, para ele, o PSD se revelou uma legenda amorfa e sem identidade – ora apoia o governo (qualquer um) ora finge oposição a outros.
O transbordo de Kireeff para o PV – se se confirmar – vai se dar a convite do senador Alvaro Dias, que, insatisfeito com a pífia oposição de seu então partido, o PSDB, aos governos petistas bateu asas em direção ao Verde. Alvaro, lembre-se, é sobrevivente e se mantém como nome expoente do grupo que, há 40 anos, renovou a política do Paraná ao enterrar os 30 anos anteriores dominados pelo neysmo – a poderosa corrente liderada por Ney Braga, no início também um grande renovador.
Se reeleito, Kireeff estragará os sonhos da família Barros de estender de Maringá para Londrina as bases da candidatura da vice-governadora Cida Borghetti à sucessão de Richa em 2018. Seu marido, o ex-prefeito maringaense e tetra- deputado federal Ricardo Barros (PP), enxerga longe: quer derrotar Kireeff e eleger o correligionário Marcelo Belinati, cujo sobrenome é o principal indicador de que a “velha” política londrinense ainda está viva. Sobrinho do tri-prefeito e ex-deputado Antonio Belinati, Marcelo foi barrado no segundo turno de 2012 por Kireeff.
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