"Voto consciente" é o lema da campanha que, há meses, a RPC realiza para ajudar o eleitor a fazer a melhor escolha dentre os candidatos nas presentes eleições. A campanha prega (e oferece) a necessidade de o eleitor se informar corretamente sobre os políticos que pedem seu voto antes de fazer a escolha final. Portanto, o lema "voto consciente" faz supor que só os melhores merecerão ter seus nomes clicados na urna eletrônica.
Pois bem: a coligação "Novo Paraná", que sustenta a candidatura de Beto Richa ao governo do estado, acaba de ser proibida pela Justiça de utilizar o lema como "slogan" de campanha como vinha acontecenco no intervalo de exibição de cada candidato da coligação nos programas gratuitos de rádio e televisão.
A proibição foi decidida pelo juiz Juan Daniel Sobreiro, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ao aceitar representação formulada pelo advogado Luiz Fernando Pereira, da equipe jurídica da coligação adversária "A união faz um novo amanhã", que apoia Osmar Dias. Em sua decisão, o juiz afirmou:
"É notória a difusão de campanha com idêntico nome por parte da RPC (Rede Paranaense de Comunicação). [...] "Assim, é verossímel a intencional vinculação do slogan pelos representados com a referida campanha, no intuito de amealharem indevidamente a simpatia do eleitorado, ao propor a noção subliminar de que seus candidatos representem o Voto Consciente exposto pela RPC, acarretando desequilíbrio indevido no pleito."
A decisão deveria ser cumprida já desde a programação de ontem, sob pena de multa diária de R$ 15 mil.
Olho vivo
Profundo 1
O Ministério Público Estadual começa a avançar em outra frente nas investigações que procede sobre a origem dos dólares que Eduardo Requião revelou que escondia num armário em sua casa. Embora sob esse prisma a apuração ainda esteja em curso, o MP se interessou também em colocar lupas sobre outro aspecto nebuloso: os bens imóveis que foram comprados (e devolvidos) pela doméstica que descobriu a mina somam valor três vezes superior aos 180 mil dólares declarados pelo queixoso como montante do furto que sofreu.
Profundo 2
A iniciativa dos promotores se baseia em dúvidas levantadas pelo signatário de um requerimento que pede a extensão das investigações: "Como não seria crível que alguém devolvesse mais bem que o triplo do valor furtado, é de supor-se que o montante surrupiado pode ter sido infinitamente superior aos US$ 180 mil declarados". Em princípio, há uma explicação para a diferença: o valor dos imóveis foi subfaturado na hora da escritura para reduzir os impostos incidentes.
Profundo 3
Nesse caso, ocorreu, portanto, além do furto, outro crime: uma fraude fiscal cometida pela autora e compradora dos imóveis. Por outro lado, também é difícil explicar que alguém que declara ter sido furtado em US$ 180 mil receba como reparação o dobro ou o tripo do valor. Esses fatores é que levam os promotores a ter séria desconfiança de que não foram roubados apenas US$ 180 mil, mas muito mais. Daí a razão do aprofundamento das investigações,que passará a contar com o auxílio técnico também da Câmara de Valores Imobiliários de Curitiba.
O nó
O prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald (PDT), conseguiu dar um nó em alguns vereadores de oposição que pretendiam cassar seu mandato. Uma comissão processante chegou a ser instituída pela Câmara Municipal, mas a proporcionalidade dos partidos foi desrespeitada, dando maioria aos oposicionistas. A Justiça local, a pedido do prefeito, analisou os fatos, percebeu o cheiro de golpe e suspendeu os trabalhos da comissão. Mac Donald é um dos coordenadores da campanha de Osmar Dias na Região Oeste do estado.
Caráter
Pela primeira vez, a presidente do Provopar, Lúcia Arruda, irmã de Roberto Requião, reagiu às estocadas do governador Orlando Pessuti. Ontem, em entrevista a uma emissora de rádio, garantiu que continuará à frente da instituição até o fim de seu mandato, contrariando a vontade e a pressão de Pessuti. Foi mais longe: "Ele está sendo mau-caráter com a população do Paraná", disse Lúcia, ao acusar o governador de prejudicar projetos de assistência social que o Provopar pretendia empreender.
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