Nos corredores

Chefe do Palácio

Coube à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, comandar o plantão de fim de ano no Palácio do Planalto. A tarefa começa nesta semana e só acaba no dia 6 de janeiro. Gleisi vai tirar dez dias de férias entre 13 e 23 de janeiro e, na volta, arremata as tarefas para deixar o cargo na última semana do mês.

Escolha solidária

Presidente do recém-criado Solidariedade no Paraná, o deputado federal Fernando Francischini pretende fazer uma pré-convenção do partido em março para saber que rumo tomar nas eleições estaduais de 2014. Uma ala do partido ligada à Força Sindical é próxima a Roberto Requião (PMDB), enquanto Francischini é ligado a Beto Richa (PSDB).

Contatos com o PSD

A ideia de lançar o empresário Joel Malucelli para o Palácio Iguaçu pelo PSD também tem sido levada a sério por outros partidos, segundo o deputado federal Eduardo Sciarra. Presidente estadual do PSD, ele disse já ter sido procurado por quatro legendas. Sciarra mantém o nome para o Senado.

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2013 ficou para trás como se nada tivesse acontecido em junho. Pesquisas indicam que o eleitor está propenso a deixar tudo como está na eleição do ano que vem. Para os governos estadual e federal, os números são mais do que favoráveis à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) e da presidente Dilma Rousseff (PT).

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A partir do que aconteceu nos protestos de junho, daria para tirar uma conclusão: os governantes conseguiram atender aos anseios dos manifestantes. Difícil de acreditar que seja esse o motivo. É mais comodismo: o movimento perdeu os ares de novidade, e a política voltou a ser encarada como a chatice de sempre.

Dizem que nem todo o incêndio foi apagado. Que foram deixadas fagulhas que vão colocar um fogaréu no país durante a Copa. Esqueça: o verdadeiro estopim para o que aconteceu em 2013 foi a entrega dos estádios e, agora, como todos já se acostumaram com o faraonismo das obras, o combustível da indignação perdeu força.

Comodismo, contudo, não significa necessariamente satisfação plena. Os serviços públicos não se transformaram em uma maravilha de uma hora para outra, ou seja, ainda há uma enorme expectativa de mudança. Richa e Dilma fecham o terceiro ano de gestão bem avaliados mais por pragmatismo dos eleitores do que pelos próprios feitos – se ninguém conseguiu se apresentar como um contraponto, vamos com eles mesmos.

Na disputa nacional, a jogada do ano foi a aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva, que se juntaram no PSB. Não colou. Marina, que encarnava a antidilma, corre o risco de se tornar mais uma na vala comum.

Como diria o Rei do Camarote (esse sim, uma das figuras marcantes de 2013), o problema real da oposição é não conseguir agregar valor. Aécio Neves revive as tucanices de sempre, na corda-bamba entre assumir propostas mais liberais ou se manter em um confortável conservadorismo de centro-esquerda. Está preso a temas manjados, como a ideia de que o PSDB pode fazer mais pelo Bolsa Família.

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No Paraná, Richa constrói um cenário de polarização com a ministra Gleisi Hoffmann (PT). Esfriando a disputa, espera resolver tudo no primeiro turno. Sem um segundo oponente de peso, como Roberto Requião (PMDB), tem um caminho teoricamente fácil.

Incrível nessa história toda como nenhum partido ou liderança política conseguiu capturar o legado do que aconteceu em junho. Ao contrário do que foi propagado, não era difícil entender o que estava em pauta: eficiência do gasto público. Eficiência pra valer, não balelas revestidas de marketing, como caçar marajás e dar choques de gestão.

A demanda por nomes que atendam a essas propostas continua latente. Novidade pra valer, entretanto, vai ser difícil de ver em 2014. No máximo, uma surpreendente candidatura de Joaquim Barbosa ao Planalto e, no Paraná, a viabilização de Requião (que de novo, obviamente, não tem nada).

O mistério é saber o que vem depois de 2015. Passada a euforia pela realização da Copa, nada aponta para uma revolução nos serviços públicos. A seleção tem grandes chances de ser hexacampeã, mas é mais barbada apostar que o trânsito permanecerá caótico, que as filas em hospitais seguirão enormes e que as boquinhas para aliados políticos continuarão bem abertas.

O colunista entra em férias e volta no dia 13 de janeiro.

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