Nos corredores
No faro de Rubens
Líder do PPS, o deputado federal Rubens Bueno assumiu a linha de frente da oposição no caso da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras. O paranaense espera conseguir as 171 assinaturas necessárias para a abertura de uma CPI nesta semana. Na última quarta-feira, ele disse em plenário que a "história está cheirando mal".
Contagem regressiva
Marcelo Almeida (PMDB) e Sérgio de Oliveira (PSC) estão nos últimos dias de mandato como suplentes na bancada paranaense na Câmara. Eles deixam o Legislativo no dia 4 de abril com a volta aos cargos dos titulares Reinhold Stephanes (PSD) e Ratinho Júnior (PSC), membros do secretariado estadual que vão deixar os cargos para disputar as eleições de outubro.
Dizer que este ou aquele político é técnico e não "político" é uma moda recente no Brasil. Criada no mundo dos marqueteiros, nada mais é do que uma vacina desenvolvida para afastar a aversão do eleitor aos candidatos tradicionais. Nunca o rótulo colou tão bem quanto em Dilma Rousseff.
Sem nunca ter disputado uma eleição, sem traquejo para discursar e negociar com os tubarões do Congresso, a petista chegou à Presidência porque Lula conseguiu colocá-la no pedestal da referência em gestão pública. A percepção é de que apenas Dilma se dedica ao que realmente importa para os brasileiros. Ela é a gerentona, que afere projetos, cobra resultados, enquanto a politicalha só quer saber de dilapidar o patrimônio do povo.
Seria algo sensacional, não fosse o mundo dos marqueteiros algo bem diferente do real. Na semana passada, a imagem de gestora de Dilma sofreu um baque pesadíssimo com as investigações sobre a compra pela Petrobras de uma refinaria em Pasadena, no Texas. A transação foi autorizada por ela em 2006, quando era ministra da Casa Civil e ocupava presidência do Conselho Administrativo da estatal. O custo total chegou a US$ 1,2 bilhão, embora o valor de mercado da refinaria fosse de US$ 180 milhões. Segundo o governo, o negócio só saiu porque teve como base um laudo "técnica e juridicamente falho".
Em outras palavras, Dilma diz ter sido enrolada por uma análise mal feita por subalternos. Eu e a maioria dos brasileiros que não entendem bulhufas de refino de petróleo poderíamos ter caído em enganação igualmente. Mas não damos pinta de megagestores do dinheiro público por aí.
Um pouco de reflexão sobre o caso leva à seguinte conclusão: não dá para um ministro, presidente da Petrobras ou da República controlar no peito e na raça tudo o que acontece da porta do gabinete para fora. Mas ele precisa ter capacidade de montar uma equipe que mantenha as coisas em ordem. O chefe da Casa Civil não pode parar tudo o que está fazendo por duas semanas para emendar o contrato da compra de uma empresa nos Estados Unidos. Há centenas de pepinos tão ou mais caros para serem resolvidos ao mesmo tempo. Governar a sétima economia do mundo, com um Produto Interno Bruto de R$ 4,84 trilhões, não é tarefa para uma só pessoa. Nem um município. Vale lembrar que a onda dos "técnicos" começou nos anos 1990, com nomes como Celso Pitta, em São Paulo.
Quem recorda de Pitta apenas como afilhado de Paulo Maluf metido em escândalos de corrupção esquece que ele tinha mestrado em economia pela Universidade de Leeds e curso de administração avançada em Harvard. Quem via essas informações diluídas na propaganda de Duda Mendonça não tinha como negar que ele seria o gestor ideal para a maior cidade do país. Deu no que deu.
É óbvio que, quanto mais preparo tem um político, melhor para a administração pública. Tem gente que está na estrada há um tempão e não sabe a diferença entre empenho e liquidação no jargão orçamentário, ou que acha que LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) é o nome de uma nova série de televisão. São os enganadores da velha guarda.
Gestão eficiente passa por uma visão estratégica de longo prazo, com objetivos claros. Você quer um presidente que pense no bem-estar da sua família para as próximas três décadas ou alguém preocupado em garantir a sucessão daqui a quatro anos? O sujeito da primeira opção com certeza não governa sozinho.
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