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Nos corredores

Ratinho avança

Os deputados federais Ratinho Júnior (PSC) e Fernando Giacobo (PR) selaram na semana passada um acordo entre seus partidos para as eleições municipais de 2012 no Paraná. O ponto mais importante será a aliança em Curitiba. Nas contas de Ratinho, que é pré-candidato na capital, a parceria já garante a ele cerca de seis minutos no horário eleitoral.

Limpa no PR

Giacobo deve nomear hoje uma nova direção provisória do partido em Curitiba. O objetivo é afastar o ex-deputado estadual Carlos Simões, que se também se coloca como pré-candidato a prefeito. Além disso, o PR também estava nos planos do ex-tucano Gustavo Fruet. Segundo Giacobo, o acordo com Fruet não saiu porque ele rejeitou os convites para se filiar à sigla.

Quem sobra?

Se Ratinho conseguir uma aliança com PR e PCdoB, deixa Fruet isolado em um bloco com no máximo três legendas – PDT, PV e PT. Já o prefeito, Lucia­­­no Ducci (PSB), tem nas mãos pelo menos quatro aliados de peso (PSDB, DEM, PP e PSD). A surpresa pode ficar por conta do PPS, que ainda estuda as candidaturas do de­­­­putado Rubens Bueno ou de sua filha, a vereadora Renata Bueno.

Há 18 anos, o Depar­­ta­­­mento Intersindical de Assessoria Parla­­­mentar (Diap) realiza um levantamento sobre os 100 congressistas mais influentes do Brasil. Em 2011, a bancada paranaense igualou um recorde de 2005 e teve sete representantes indicados. É um número interessante: o estado tem 5,5% das cadeiras no Parlamento (33 de 594) e 7% do universo daqueles que mais se destacam.

Vale lembrar que essa não é uma avaliação necessariamente qualitativa, tampouco objetiva. Segundo o Diap, os "cabeças" do Congresso Nacional são os que conseguem se diferenciar dos demais por determinadas habilidades no trabalho legislativo. Os ex-presidentes Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP), por exemplo, estão na lista – se a produção deles no Senado é positiva para o país, é outra história.

Dentre os sete paranaenses, o órgão citou quatro na categoria "debatedores" – os deputados petistas André Vargas e Dr. Rosinha, além dos senadores Alvaro Dias (PSDB) e Roberto Requião (PMDB). Como "articuladores", aparecem os deputados Osmar Serraglio (PMDB) e Rubens Bueno (PPS). Por último, Abelardo Lupion (DEM) é apontado como "negociador".

O departamento ainda fez um levantamento de congressistas "em ascensão", ou seja, aqueles que devem figurar na lista dos 100 mais influentes nos próximos anos. Nele aparecem Alex Canziani (PTB) e Eduardo Sciarra (DEM). Nessa altura, o leitor deve se perguntar: e os outros 24 congressistas paranaenses não se destacam em nada?

Em primeiro lugar, é injusto cobrar os 11 que estão no primeiro mandato. Ainda assim sobram 13.

Em resumo, há dois tipos de parlamentares paranaenses (e brasileiros também): aqueles que estão preocupados com os interesses macro e aqueles que só têm olhos para as questões paroquiais. Ou seja, os que se propõe a ser congressistas de fato e aqueles que se comportam como vereadores.

Entre eles existe uma lacuna: pouca gente liga para o Paraná como um todo. Apesar de ter a sexta maior bancada no Parlamento, o estado sofre para conseguir recursos da União – é o penúltimo na previsão de investimentos por habitante do governo federal para 2012.

Permanecem as dúvidas. Afinal de contas, os parlamentares paranaenses são bons ou ruins? Depende do ponto de vista.

O fato é que eles são o reflexo do atual sistema eleitoral e político brasileiro. Como já dizia o ex-deputado federal Chico da Princesa (que nunca figurou entre os "cabeças", mas foi líder da bancada do estado por três anos): existem os deputados do verbo e os da verba. Infe­­­lizmente muitos congressistas conseguem se perpetuar às custas do toma lá dá cá das emendas individuais e do envio de recursos picados para pequenas localidades.

Não por acaso, essas emendas são fonte inesgotável de escândalos em Brasília. Curioso é que ninguém fala em extingui-las nas discussões sobre reforma política na Câmara e no Senado. Tirar o dinheiro miúdo dos deputados e fazê-los se concentrar em questões mais amplas, que beneficiem o estado como um todo, seria bem melhor do que as discussões mirabolantes sobre como mudar o modelo eleitoral para no fundo deixar tudo como está.

Enquanto isso não acontece (e provavelmente nunca vai acontecer), o jeito é fiscalizar e prestar atenção sobre quais aspectos as excelências paranaenses realmente se destacam. O mandato que eles têm para fazer o que fazem (para o bem ou para o mal) é de responsabilidade de todos nós. Mantê-los em Brasília também.

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