Nos corredores
Contra a superlotação
A secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, foi recebida na sexta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Ela fez uma apresentação do modelo adotado no estado para reduzir a superlotação carcerária. O sistema também será debatido nas próximas semanas em sessão plenária do Conselho Nacional de Justiça, em Brasília.
"Bomba" com Marcelo Almeida
O deputado federal paranaense Marcelo Almeida (PMDB) será o relator na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara do projeto de lei que cria o Estatuto do Nascituro. Polêmico, o texto prevê, entre outros pontos, o pagamento de um salário mínimo a crianças concebidas de ato de violência sexual.
De carona
Nos moldes do projeto de lei em discussão em Brasília, os deputados estaduais Ney Leprevost e Luiz Carlos Martins, ambos do PSD, propõem uma espécie de estatuto "paranaense" para os nascituros. A proposta pega carona na onda nacional sobre o tema.
Lula e Dilma Rousseff, juntinhos, desembarcam em Pinhais na próxima quinta-feira para um evento de celebração dos dez anos do PT no Palácio do Planalto. Não é todo dia que a atual e o ex-presidente visitam o Paraná. A agenda simboliza a prosperidade petista, mas não significa que tudo esteja um mar de rosas no partido.
A combinação entre economia cambaleante e as constantes crises de relacionamento com o Congresso tem dado força a uma não tão tímida campanha para a volta de Lula. Não se trata de um fenômeno vindo das ruas, nem de uma onda provocada por desentendimentos entre o ex-presidente e a pupila. É um movimento de (bastante) gente que não se adaptou ao estilo Dilma.
Sindicalistas da velha guarda petista nunca esconderam a saudade do ex-presidente. Eles têm voz ativa na bancada do partido em Brasília e contam com o apoio cada vez mais constante de parlamentares de siglas aliadas que na década passada levavam uma vida mais confortável.
Até aí, nada demais. A novidade é o reforço recente de uma parte do empresariado descontente com as convicções de Dilma na economia. A informação, fresca, parte de um petista que conhece bem os meandros do eixo ABC Paulista-Distrito Federal.
Há ainda outros sintomas, mais evidentes, de que nem tudo está tão bem quanto o próprio PT tenta pintar. O modelo de coalizão usado em larga escala desde a gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB), baseado na troca de cargos no Executivo por apoio no Legislativo, está saturadíssimo. A conta é fácil de explicar.
Quando Lula assumiu em 2003, tinha uma Esplanada vazia para montar o seu governo. Após a reeleição, em 2007, havia espaços limitados para alguns ajustes. Quando foi a vez de Dilma, em 2011, só existia lugar para os puxadinhos não foi à toa que surgiram novos ministérios como o da Aviação Civil e o da Micro e Pequena Empresa.
E em 2015, como é que fica? Quem garantiu terreno não quer sair, mas nem por isso dá sinais de acomodação. Todo partido político mesmos os de mentirinha existentes no Brasil, como diria Joaquim Barbosa só está na ativa porque tem ambição de poder.
Mais além, também não é difícil prever o cenário de um próximo mandato de Dilma. Se ela já é durona agora, que precisa manter alianças para se reeleger, imagina depois. Por isso o volta Lula funciona na cabeça dos descontentes como uma "mudança segura", uma forma de fazer o tabuleiro se mexer sem radicalização.
O movimento está longe de ser apenas boato. Só que ainda mais distante de prosperar. Lula pode ser criticado por uma série de decisões políticas, mas não pela postura em relação à própria reeleição.
Se quisesse permanecer no Planalto, era só ter deixado o Congresso aprovar uma emenda que permitisse um novo mandato quando era presidente. Não permitiu. Assim como se manteve fiel a Dilma, saindo de cena depois de 2010.
O problema agora não é como Lula pensa ou age, mas como querem que ele atue. Muita gente caiu do cavalo ao apostar que Dilma seria mesmo o poste desenhado pela oposição, ou melhor, um fantoche nas mãos do ex-presidente. Lula, claro, continua como principal conselheiro político de Dilma, mas quem manda na prática é ela.
Para quem não ama a gerentona, o jeito é deixá-la. O estranho nessa história toda é perceber que Lula parece uma opção mais sólida do que qualquer alternativa da oposição.