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Nos corredores

Na Copel, não

Cotado para assumir a chefia da Casa Civil do Paraná, o deputado federal Eduardo Sciarra (PSD) repetiu ao longo de toda semana passada que não tem interesse em assumir a presidência da Copel. Já o atual secretário da Fazenda, Luiz Eduardo Sebastiani, é nome certo para retornar à diretoria financeira da estatal.

Atraente Sedu

Preterido na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, Ratinho Júnior (PSC) dá toda pinta de que vai aceitar voltar para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. "É um trabalho que me atrai", confessou, na semana passada, no intervalo das votações do Congresso Nacional.

Pacto entre poderes

Enquanto espera pela aprovação do "pacote de maldades", o Executivo estadual trava outra frente de negociação com os demais poderes para tentar reduzir os gastos públicos para o ano que vem. Judiciário e Legislativo não costumam reagir bem à possibilidade de ter de reduzir seus orçamentos.

O eleitor paranaense que marcou 45 para governador nas eleições deste ano muito dificilmente deve ter digitado 13 para presidente. E vice-versa. Imaginava, pelo menos baseado na propaganda, que uma opção era radicalmente oposta à outra.

Passado pouco mais de um mês do segundo turno, os eleitos Beto Richa (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) compartilham os mesmo problemas e as mesmas estratégias para resolvê-los. Com graves dificuldades de caixa, o governo federal preparou um pacote que inclui a volta da cobrança da Cide, contribuição que regula o preço dos combustíveis.

Já o tarifaço do tucano aumenta o IPVA e o ICMS da gasolina e de itens de consumo popular, como alimentos, produtos de higiene, medicamentos e eletrodomésticos. Em Brasília, a estimativa é de aumento de receita de R$ 14 bilhões. No Paraná, de R$ 1,5 bilhão.

Há muitas outras semelhanças de estratégia pós-eleitoral. Dilma pôs sua imensa base aliada no Congresso Nacional para aprovar a proposta que libera o governo de cumprir a meta de superávit fiscal. Richa prepara sua igualmente gigante parcela de parceiros na Assembleia Legislativa para "tratorar" seu pacote de maldades.

Aliás, grande parte desses aliados são formalmente situacionistas lá e cá. Além do PT, a coligação que elegeu Dilma contou com oito partidos. Metade deles também estava na chapa de Richa (PSD, PP, PR e Pros), que tinha um total de 17 siglas.

Assim como fizeram nos primeiros mandatos, Dilma e Richa vão lotear o primeiro escalão de suas gestões entre essa turma toda. E até nas (poucas) escolhas "técnicas" o jeitinho é similar. Mauro Ricardo Costa, novo secretário estadual da Fazenda, e Joaquim Levy, novo ministro da Fazenda, são famosos por não ter medo de arrocho fiscal.

Ambos foram importados com a missão de colocar as contas em dia. Curiosamente, para tapar buracos deixados pelos próprios reeleitos. Dilma e Richa parecem ter muito mais dificuldades com os legados deixados por eles mesmos do que com os recebidos de Lula e Roberto Requião, em 2011.

Finalmente, até as justificativas para o terrível cenário atual são as mesmas. Dilma bate na tecla de que a economia brasileira e as contas públicas federais vão mal por causa da crise internacional (que aconteceu em 2008). Richa garante que os problemas do Paraná são causados por Brasília (mesmo com o dado de que, entre 2011 e 2014, o Paraná foi o estado que mais aumentou suas receitas).

Eleitores mais apaixonados podem até tentar enumerar uma porção de diferenças entre Dilma e Richa. É claro que elas existem. Mas é necessário ressaltar que, no final das contas, o que importa é como eles administram, como implementam aquilo que propuseram nas eleições.

Tem gente que coloca a culpa no sistema político, que qualquer um no lugar deles faria a mesma coisa. Será? No mundo real, aquele das pessoas que pagam impostos (e não das que criam ou aumentam), quem acha que o culpado é sempre o outro raramente vai para frente.

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