Nos corredores
Aécio já foi presidente
Principal adversário do PT na disputa pelo Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB) já sentiu o gosto de exercer a Presidência da República. Em junho de 2001, ele assumiu o lugar de Fernando Henrique Cardoso por três dias. Na época, Aécio era presidente da Câmara dos Deputados e terceiro na linha sucessória.
Só que quase não
A curta experiência de Aécio por pouco não teve de ser adiada. Ele só assumiu porque FHC e o vice, Marco Maciel, viajaram para a Bolívia. O Lear Jet que transportava Maciel, no entanto, teve uma pane no início da decolagem e o vice por pouco não continuou no Brasil. Por segurança, presidente e vice sempre viajam em aeronaves diferentes.
Comum acordo
Dois meses antes, Maciel havia recusado um convite para viajar com FHC para o Canadá justamente para evitar que Aécio assumisse. As rusgas entre o tucano e o PFL, partido do vice, começaram quando ele ganhou a disputa pela presidência da Câmara contra o pefelista Inocêncio Oliveira. Hoje o DEM (ex-PFL) está na chapa de Aécio.
Uma das pérolas das declarações de bens dos principais candidatos a governador e presidente à Justiça Eleitoral são os veículos que eles possuem. Chega a ser engraçado pensar que você está parado em semáforo e a presidente Dilma Rousseff de repente estaciona do seu lado com um... Fiat Tipo 1996!
O carro com quase duas décadas de uso está entre os 14 itens do patrimônio da petista. O valor: R$ 30.642. Como não é possível saber quando ela comprou o carro, não se sabe se foi bom ou mau negócio o fato é que o preço de mercado hoje varia entre R$ 6 mil e R$ 8 mil.
O gosto de Dilma não é tão incomum. Eterno presidenciável do PSDC, José Maria Eymael declarou um Tipo dois anos mais velho, pelo valor de R$ 12.160. O modelo, que hoje parece quadradão, foi sucesso de vendas dos anos 1990, mas caiu em desgraça devido a um defeito na direção hidráulica que provocava incêndios.
Adversário mais competitivo do PT, Aécio Neves (PSDB) tem um carro bem mais luxuoso. O utilitário esportivo Land Rover Freelander 2012 foi declarado por R$ 166.500. Os veículos da marca inglesa são conhecidos pela robustez e exclusividade - apenas 2.402 unidades similares às compradas pelo tucano foram vendidas no Brasil.
Terceira via da disputa, Eduardo Campos é dono de um dos veículos mais compactos à venda no Brasil. O Fiat 500 2012 foi declarado por R$ 35.632. Ele ainda tem um Kia Cerato, cujo ano de fabricação não foi especificado, no nome da mulher, de R$ 55 mil.
Na corrida pelo Palácio Iguaçu, o governador Beto Richa (PSDB) é o mais notório fã de automobilismo, mas curiosamente não declarou ter carro. O único veículo dele é uma moto Harley Davidson 2007, de R$ 50 mil.
Ex-ministra da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) tem um Honda CR-V 2009, de R$ 88 mil. O utilitário faz sucesso entre mulheres, mas não é para qualquer bolso ficou de fora da lista dos 50 carros mais vendidos do país nos últimos dois anos.
Na busca pelo quarto mandato de governador, o senador Roberto Requião (PMDB) declarou possuir quatro carros. Todos são relíquias: um Passat 1999 (R$ 64.246), um Peugeot 1994 (R$ 15 mil), um Jeep 1951 (R$ 1 mil) e um Ford 1928 (R$ 1, isso mesmo, hum real).
Na avaliação de várias pessoas, o carro diz muito sobre a personalidade do seu dono. Pode até ser. Mas o fato é que cada um tem o direito de fazer o que bem entender com o seu dinheiro com recurso público é outra história. Se for para ressaltar um aspecto em comum sobre os veículos de todos eles, o mais interessante é o local de fabricação. À exceção do Tipo de Dilma, cujo ano não permite dizer ao certo o país de produção (em 1996, houve unidades do modelo trazidas da Itália e outras montadas no Brasil), todos os demais foram importados.
A informação vale porque, na campanha, você vai escutar todos defendendo a indústria nacional com unhas e dentes. Na vida privada, a prática acaba sendo bem diferente.
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