Nos corredores

Suplentes à vista

A possível nomeação dos deputados federais Ratinho Júnior (PSC) e Reinhold Stephanes (PSD) para o secretariado de Beto Richa vai abrir espaço na Câmara para dois suplentes. A vaga do PSC vai ficar com o professor Sérgio Paulo de Oliveira. A de Stephanes, que em 2011 trocou o PMDB pelo PSD, com Marcelo Almeida (PMDB).

Duas vezes reserva

Professor Sérgio, que no ano passado substituiu Ratinho Júnior por 120 dias durante o período eleitoral, também concorreu a vereador em Foz do Iguaçu em 2012. Mesmo concorrendo com o status de deputado federal, fez 2.750 votos e acabou também na suplência da Câmara Municipal.

Só dois

Dentre os 30 deputados federais do Paraná em exercício do mandato, só dois são suplentes. Luiz Nishimori (PSDB) e Oliveira Filho (PRB) ocupam as vagas de Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Cezar Silvestri (PPS), ambos secretários de Richa. Do total de 513 membros em atividade na Câmara, 36 são suplentes.

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Quando alguém faz uma reforma em casa, quer ganhar espaço, conforto ou simplesmente precisa consertar algo que não está funcionando direito. Na política, reforma também é sinônimo de redistribuição de cargos. O resultado dela, porém, é bem diferente: ao invés de conquistar espaço, o responsável pelas trocas acaba cedendo.

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Nos próximos dias, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Beto Richa (PSDB) devem anunciar novidades em seus primeiros escalões. O curioso é que ambos vão tentar afagar os mesmos partidos, PMDB e PSD. Nada de aproximação programática, o que está em jogo é o xadrez eleitoral de 2014.

Dilma tende a fazer alterações pontuais, após 15 (sim, 15) trocas de ministros nos dois primeiros anos de mandato. O PSD deve ficar com o recém-criado Ministério da Pequena Empresa. E o PMDB com o da Ciência e Tecnologia.

Por aí vão outras excentricidades. Um dos possíveis ministeriáveis do PSD é o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, colega de chapa do tucano Geraldo Alckmin. O favorito entre os peemedebistas é Gabriel Chalita, ex-PSDB.

Beto deve fazer quatro modificações, que também passam pela atração de Ratinho Júnior (PSC) para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. O pacote para o PMDB incluiria a nomeação do ex-governador Orlando Pessuti para a presidência da Sanepar e a transferência de Luiz Cláudio Romanelli da Secretaria do Trabalho para a do Planejamento. Já o PSD ficaria com a Casa Civil, destinada para o deputado federal Reinhold Stephanes.

Assim como no caso das modificações estudadas por Dilma no plano federal, quem lê todos esses nomes locais fica com a memória embaralhada. Afinal, Romanelli era líder do ex-governador Roberto Requião (PMDB) na Assembleia Legislativa e Stephanes foi ministro da Agricultura de Lula. Sem falar em Pessuti e Ratinho, que fizeram campanha para Osmar Dias (PDT) contra Richa em 2010.

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Aliás, Pessuti é atualmente membro do Conselho de Administração do BNDES. A nomeação dele foi assinada em junho de 2011 por Dilma. Será que vai trabalhar para gestões do PT e do PSDB ao mesmo tempo?

As manobras de Dilma e Richa (e de tantos outros governantes pelo Brasil afora) colaboram para uma falsa ideia incrustada na política brasileira de que quanto maior a coalizão, maior a união e a estabilidade. Na verdade, o que está em jogo não é a formação de um time disposto a lutar junto por um só programa de governo. O que há é a partilha de cargos a partir do ideário do "cada um por si" – e nunca no de "todos por um".

De maneira geral, os partidos com peso eleitoral topam entrar nas coalizões desde que tenham direito a secretarias ou ministérios com "porteira fechada". Ou seja, querem transformar as pastas em feudos próprios, sem ter de prestar contas. Quando se fala nas tais reformas de governo, o que está em jogo é quem cuida das porteiras e não exatamente o que está sendo feito lá dentro.

Enquanto essas práticas persistirem, mais risíveis ficam os bordões sobre a "gerentona" Dilma ou sobre Richa e seu "choque de gestão". Nos próximos dias, as novidades lá e cá serão vendidas como uma correção de rumos. No fundo, como os nomes envolvidos na dança das cadeiras expõem, são reformas para muito pouco ou quase nada.