Nos corredores
Ratinho, o PMDB e o PV
Pré-candidato a prefeito de Curitiba, o deputado federal Ratinho Júnior (PSC) se reuniu na segunda-feira com a direção estadual do PV. O que mais pesou a favor de Ratinho, no entanto, foi a presença de um peemedebista na conversa: o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur. Membro do diretório estadual do partido, Adur teria influência na decisão de verdes como o deputado estadual Rasca Rodrigues.
Entre queijos e vinhos
A presidente estadual do PV, deputada federal Rosane Ferreira, tem evitado adiantar a posição do partido em relação à eleição em Curitiba. A deputada admitiu, contudo, que a reunião com o PSC foi "bastante interessante". No ano passado, ela tentou atrair Gustavo Fruet para se filiar ao PV, mas acabou perdendo a concorrência para o PDT.
Almeida e Temer
O ex-deputado federal Marcelo Almeida viajou a Brasília na segunda-feira para jantar com o então presidente em exercício, Michel Temer. No cardápio, segundo Almeida, apenas literatura e nada de política. Assim como Renato Adur, Almeida é um dos apoiadores do PMDB à campanha de Ratinho em Curitiba. Por enquanto, porém, a direção nacional do partido (o que incluiria Temer) continua favorável à candidatura do ex-prefeito Rafael Greca.
Após 14 meses de mandato, o governador Beto Richa (PSDB) vai precisar mexer no secretariado pela primeira vez. Ricardo Barros, responsável pela pasta da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, está de saída. Vice-presidente nacional do PP, ele vai coordenar a estratégia do partido nas eleições municipais de 2012.
A legenda, contudo, não quer deixar o governo. A expectativa é de que Silvio Barros, prefeito de Maringá e irmão de Ricardo, assuma uma vaga no primeiro escalão ainda não se sabe em qual secretaria. A troca envolveria a renúncia de Silvio e abriria caminho para o vice, Roberto Pupin (também do PP), pavimentar a candidatura à sucessão maringaense.
Outra mudança deve envolver o secretário especial de Relações com a Comunidade, Wilson Quinteiro (PSB), que também pretende disputar a eleição para prefeito de Maringá. Por último, Durval Amaral (DEM) deve deixar a Casa Civil para substituir Heinz Herwig no Tribunal de Contas do Estado.
Entre todas as trocas, a que mais chama a atenção é a de Ricardo Barros. Candidato ao Senado apoiado por Richa em 2010, ele ficou em quarto lugar, mas fez surpreendentes 2,1 milhões de votos. Durante 2011, acabou sendo colaborador da agenda positiva do governo com a política de atração de investimentos privados para o estado.
A aliança com os tucanos, no entanto, nem sempre foi das mais tranquilas. Ao longo da campanha, Ricardo Barros teve dificuldades para se integrar à chapa de Richa. Acabou fazendo um trabalho dissociado do outro nome do grupo na corrida pelo Senado, Gustavo Fruet (então no PSDB), e ambos acabaram perdendo a disputa para Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB).
No governo, houve uma série de embates internos com colegas, em especial com o secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly (PSDB). Ricardo Barros queria uma política tributária mais maleável para facilitar a fixação de novas empresas, enquanto o tucano encampava o discurso contra perda de arrecadação. A rixa entre os dois é antiga: em 2009, o PP foi decisivo para Barbosa Neto (PDT) vencer Hauly na disputa do "terceiro turno" em Londrina.
Na prática, ele já havia tentado deixar o governo quando se candidatou à presidência da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, no ano passado, e perdeu. Só que a movimentação de agora é mais estratégica politicamente. E pode ajudar a desenhar um novo cenário para as eleições de 2014.
Nas contas do PP, é possível ampliar o número de prefeitos eleitos pelo partido no Paraná em 50% de 40 para 60. Mais do que isso, a legenda desponta como favorita nas duas maiores cidades depois de Curitiba. Em Maringá, com Pupin, e em Londrina, com Marcelo Belinati, sobrinho de Antonio Belinati.
Se cumprir as metas, o PP se fortalece como uma força autônoma para as próximas eleições no estado. Com relativa distância da gestão Richa, pode até ensaiar uma aproximação com o PT, ou ficar independente. A propósito, o próprio Ricardo Barros carrega no currículo um histórico de reviravoltas e relações próximas com tucanos e petistas. Foi vice-líder do governo na Câmara dos Deputados tanto na gestão FHC quanto na de Lula.
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