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Nos corredores

BRDE em alta

Duas ações debatidas em Brasília devem turbinar o caixa do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico do Extremo Sul nos próximos dias. A primeira é a aprovação do empréstimo de R$ 817 milhões do Banco do Brasil para o governo do Paraná, que vai injetar R$ 200 milhões para capitalização do banco. Além disso, emenda aprovada à medida provisória 628 pela Câmara na semana passada, autoriza a União a participar do capital da instituição. A proposta, que segue para o Senado, é do deputado Alfredo Kaefer (PSDB).

Tem que demitir!

Dois ex-secretários do governo Richa participaram da reunião da bancada paranaense, semana passada, com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Luiz Carlos Hauly (PSDB), ex-titular da Fazenda, e Reinhold Stephanes (PSD), ex-chefe da Casa Civil, demonstraram perplexidade com o pedido do governo para que a União desse garantia ao empréstimo de R$ 817 milhões do Banco do Brasil. Sem o pedido de aval, a operação já estaria autorizada desde dezembro. "Tem que demitir quem pediu isso", disse Stephanes. O responsável não foi nominado.

Tem que promover!

A diferença entre a negociação com ou sem garantia está nos juros. Com aval, a taxa cobrada para o financiamento de 20 anos é de 1,1% ao ano mais TJLP (atualmente em cerca de 5%). Sem, os juros sobem para 2,1%. Na reunião, os parlamentares trataram a diferença como ínfima. Cálculos com juros compostos, no entanto, mostram que o valor final desembolsado pelo Paraná para pagar o financiamento com os "reles" 1% a mais seria de R$ 551 milhões.

Líder do PPS e uma das vozes mais ácidas da oposição na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno faz os cálculos para se candidatar ao governo do Paraná em 2014. O parlamentar estuda como se encaixar como terceira via em uma disputa polarizada entre Beto Richa (PSDB) e Gleisi Hoffmann (PT). O trunfo é a possibilidade de uma dobradinha com o presidenciável Eduardo Campos (PSB); o obstáculo, uma provável candidatura de Roberto Requião (PMDB).

Às turras com a direção estadual peemedebista, que deseja uma aliança com os tucanos, Requião luta com dificuldades para se viabilizar. Tudo indica que a decisão do partido ficará para uma eleição interna embolada, na convenção. O cenário atual é mais favorável a Richa, mas Requião é Requião – nos últimos 24 anos, nunca ficou fora de uma campanha sequer em que estivesse apto a concorrer pelo Palácio Iguaçu.

Com o senador na parada, seria bem mais difícil para Rubens se viabilizar. Sem ele, a situação muda de figura. Até agora, os pretendentes a correr por fora têm pouca densidade eleitoral – o empresário Joel Malucelli (PSD) e a deputada federal Rosane Ferreira (PV) nunca participaram de eleição majoritária. Rubens tem bem mais rodagem. Ex-prefeito de Campo Mourão (1993-1996), disputou duas vezes o governo (2002 e 2006) e uma vez a prefeitura de Curitiba (2004). Além disso, acumula um mandato como deputado estadual e está no terceiro como federal.

Nas tentativas de ser governador, nunca superou 10% dos votos válidos. Em 2002, ficou em quinto lugar, com 7%. Em 2006, subiu para 8% e a quarta colocação.

Apesar de ter nascido e feito carreira no interior, a performance mais interessante ocorreu quando concorreu a prefeito da capital. Com 20% dos votos, forçou um segundo turno entre Angelo Vanhoni (PT) e Richa. Aliás, se tivesse disputado a eleição em 2010, quando apoiou o tucano, e repetido os 8% de quatro anos antes, talvez tivesse evitado que a parada fosse resolvida no primeiro turno.

Rubens sabe que uma candidatura em 2014 quebraria o galho de Eduardo Campos, que terá de passar pelo constrangimento de dividir o palanque de Richa com Aécio Neves (PSDB). Falta arrumar gente que tope engrossar a coligação. Com seis deputados federais, o PPS se transformou em nanico, sem tempo de televisão.

Com o PSB local sob as asas dos tucanos, uma das soluções é buscar partidos aparentemente "soltos". Um deles seria o PSD de Malucelli, dono da terceira maior bancada da Câmara. Presidente estadual da legenda, o deputado federal Eduardo Sciarra tem ouvido propostas e parece disposto a aceitar um acordo, desde que seja escolhido como nome da chapa para o Senado.

Rubens está acostumado a fazer campanhas com poucos recursos e aliados. Por outro lado, sabe que, apenas na valentia, o máximo que vai conseguir é fazer barulho. Aos 65 anos, ele parece não ter dúvidas de que quer ser candidato, só não quer mais ser figurante.

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