Nos corredores
Ajuda sim, filiação não
Presidente do PV no Paraná, a deputada federal Rosane Ferreira está disposta a ajudar Marina Silva na criação do seu novo partido, a Rede Sustentabilidade. "Quero ajudar, mas não deixo o PV até o final do meu mandato", diz a parlamentar, que coordenou a campanha presidencial de Marina no estado, em 2010.
Bancada com Pepe
A bancada federal do Paraná se reúne na próxima quarta-feira, na Câmara dos Deputados, com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Pepe Richa. Na pauta, estão as obras para portos e para infraestrutura turística.
Reunião sobre educação
O deputado federal Alex Canziani (PTB) vai reunir nos próximos dias em Brasília 70 secretários municipais de educação do Paraná. Eles vão participar de uma reunião no Ministério da Educação em que receberão informações sobre programas e recursos para a área.
Quem diria que a simples presença de uma cubana magricela faria o debate político brasileiro voltar aos anos 1960? Por onde passou no país, a blogueira Yoani Sanchéz resgatou as velhas birras entre esquerda e direita, dos comunas contra os ianques. Por que tanto furor?
Por relatar na internet as agruras do dia a dia dos cidadãos comuns de Cuba, Yoani transformou-se em ícone do combate à censura promovida pela ditadura castrista. A visita também tem simbolismo pelas dificuldades impostas pelo governo para quem quer viajar para fora da ilha. É notícia, mas até aí nada de muita novidade.
Na verdade, a blogueira cumpriria uma agenda periférica no Brasil. Foi pisar nos aeroportos de Recife e Salvador para a situação mudar. "Jovens socialistas" ficaram no encalço de Yoani o tempo inteiro, aos gritos de traidora da revolução para baixo.
A situação esquentou para valer em Feira de Santana, quando a cubana foi impedida de falar pela primeira vez. Sobre o episódio, escreveu em seu blog: "eles respondiam a ordens, eu sou uma alma livre". Foi uma pena não deixarem-na concluir a fala, talvez depois disso os ânimos ficassem menos acirrados.
Fala-se muito sobre o personagem Yoani e pouco sobre o que ela realmente fala. Vale descrever o raciocínio da blogueira sobre o embargo comercial dos Estados Unidos a Cuba. Na Bahia, ela citou três razões contrárias ao bloqueio: 1) é uma ação "ingerencista" dos norte-americanos; 2) é um "fóssil" da Guerra Fria, sem sentido na política internacional de hoje; 3) é o melhor argumento para o governo cubano justificar sua ineficiência econômica.
Depois, ilustrou o que é conviver com a censura promovida pelos irmãos Castro. "Vivo em uma sociedade onde ter opinião é traição." Não sensibilizou os manifestantes e o evento desandou de vez.
O episódio catapultou Yoani do interior baiano para o Congresso Nacional. Convidada pelo deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), foi ao Congresso Nacional. Recebeu convite até para visitar Curitiba, feito pelo presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB).
Graças à intrepidez dos "jovens socialistas", dividiu as manchetes da semana passada com eventos que anteciparam as candidaturas de Aécio Neves (PSDB-MG) e Dilma Rousseff (PT) para 2014. Yoani virou bandeira de última hora dos tucanos na luta pela liberdade de expressão embora tenha sido ciceroneada a maior parte do tempo pelo senador petista Eduardo Suplicy. Vá entender.
O fato é que PT e PSDB tem tanta dificuldade de se diferenciar na prática que precisam se agarrar ao que encontram pela frente. Cada um tenta reconstruir a história do seu jeito. Os petistas exaltam o mito de que o Brasil só passou a existir nos últimos dez anos, enquanto os tucanos focam nos 13 fracassos petistas, sem dar o passo adiante de se mostrar como alternativa a esses problemas.
Pela escassez de argumentos, fica mais fácil resumir tudo a uma disputa entre azuis e vermelhos, entre os defensores da liberdade contra os defensores do povo. Não há um lado 100% mocinho e outro 100% bandido. Não é aconselhável cair na falsa polarização, na armadilha (como diria Yoani) de transformar opinião em traição.
O Brasil de hoje, plural e democrático, é muito mais interessante para se viver do que aquele de quase cinco décadas atrás.
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A gestão pública, um pouco menos engessada
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