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O presidente do DEM, senador José Agripino Maia, está mais ou me­­nos na situação descrita por Paulo Vanzolini na voz de Noite Ilustrada nos idos dos anos 60: reconhece a queda, mas não desanima.

Assim que conseguir reorganizar o partido em São Paulo, cuja estrutura de comando foi dissolvida para que não reste sombra da influência do prefeito Gilberto Kassab, o senador vai deflagrar uma operação de sobrevivência na selva, na tentativa de levar o partido a sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Certeza absoluta de que será bem-sucedido ninguém tem, nem ele. O baque foi forte, admite.

O roteiro estabelecido quando da mudança de nome de PFL para DEM com renovação de lideranças não saiu como o previsto e o escândalo José Roberto Arruda foi fatal: "Cometemos grave erro de comunicação e o que acabou marcando foi a expressão ‘mensalão do DEM’ no lugar do fato de que botamos para fora o Arruda". A decisão de Kassab de sair para criar um novo partido, completou a série de infortúnios.

Mas o tombo, no entender de José Agripino, não foi definitivo.

"Estamos bem longe do desmoronamento de que se fala, mas a crise é real e leva o partido a uma reflexão interna profunda sobre os erros cometidos e as ações necessárias para uma retomada do rumo perdido", diz, sem a menor preocupação de dissimular o litígio com Kassab, a quem atribui a construção da "imagem do destroço".

Duvida de que o prefeito provoque defecções significativas no DEM e duvida mais ainda do sucesso da empreitada com a legenda do PSD. "Quero ver como ele ficará depois que não for mais prefeito. Por enquanto tem a máquina da Prefeitura de São Paulo nas mãos. Em 2013 não terá mais nada."

Faz as contas: "Dos oito deputados federais do DEM em São Paulo ele leva dois; dos oito estaduais conseguiu convencer só um; dos 76 prefeitos, no máximo leva 14. E o que mais no resto do país? Uma chusma de gente movida pelo sopro do Planalto e que está a serviço do PT. Para o barulho que faz, a colheita dele tem sido modesta".

Segundo ele, os sinais de que o plano é atuar como linha auxiliar do governo – "Dilma quer concluir o projeto de Lula de nos eliminar da cena" – faz crescer no DEM um sentimento de autopreservação que, assegura, logo será visível.

Vai trabalhar para segurar as figuras de projeção nacional e nos respectivos estados enquanto inicia uma campanha de filiação e promove reuniões estaduais, a começar por Santa Catarina, onde o governador Raimundo Colombo está vai não vai (Agripino aposta que não vai) para o PSD.

Na ausência de instrumentos de poder, a saída, na opinião do presidente do DEM, forçosamente terá de ser a aposta na conquista do público sensível à defesa da redução de impostos, do estado de tamanho compatível com a qualidade do serviço prestado, parcerias público-privadas nos investimentos e preservação do meio ambiente com desenvolvimento.

Lua de mel

Natural e nada surpreendente que a presidente Dilma Rous­seff apresente índices altos de aprovação nas pesquisas divulgadas recentemente. Por quatro motivos: carrega o legado da popularidade de Lula, que a elegeu; nesse período nada aconteceu que pudesse justificar perdas na avaliação; na comparação com Lula tem agradado à parcela da sociedade que não gostava do estilo dele; tem sido poupada pela oposição que anda sem rumo, sem unidade e sem discurso. O desafio dela de agora em diante é conseguir corresponder às expectativas.

Temporão 2012

Afastada a hipótese de fusão com o PSD de Kassab, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão examina com carinho a proposta de concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSB.

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