Tendências
Da matemática da educação...
Na semana passada a coluna trouxe o exemplo do professor Candido Moura, que junto com estudantes da Escola Municipal Presidente Tancredo Neves, em Ubatuba, São Paulo, construiu um pequeno satélite cujo próximo destino é a órbita terrestre. A esse respeito, o leitor Marco Sartorelli escreveu: "O grande desafio é estimular ações e atitudes como a do professor Moura para que se transformem em políticas públicas. A mudança de cultura envolve superação, motivação, cidadania, espírito empreendedor e muita boa vontade".
...para as políticas públicas
Esta coluna foi criada há um ano e meio com a proposta de estar aberta para construir, em conjunto com os leitores, novas ideias, projetos ou políticas públicas. A coluna tem um propósito de construção coletiva. Por essa razão, fica o desafio aqui de construirmos juntos políticas públicas, ou mesmo projetos simples, para melhorar a qualidade da educação. Qual a sua opinião?
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Não precisamos recorrer ao Poder Judiciário para descobrir os culpados pelas denúncias que acompanham o cotidiano da Câmara de Curitiba. Os culpados pelos escândalos somos nós os moradores da capital. Alienados, deixamos os eleitos livres demais para usar o dinheiro público como bem entenderam. Sem controle, parte dos vereadores não só se viu envolvida em esquemas condenáveis, como evitou realizar qualquer investigação dos problemas denunciados. É o que mostram os fatos.
Nesta semana, reportagens da série Negócio Fechado, feitas em parceria entre a Gazeta do Povo e a RPC TV, mostraram que, ao todo, 13 parlamentares e ex-parlamentares receberam verba de publicidade ou estiveram ligados a pessoas que se beneficiaram de recursos públicos destinados à comunicação da Câmara nos últimos seis anos. Esse fato é significativo, ainda mais quando se lembra que os vereadores preferiram não investigar as denúncias contra o ex-presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB) também relacionadas a despesas com propaganda do Legislativo.
A realidade da Câmara demonstrou que a conduta displicente dos eleitores curitibanos produziu um quadro demais desagradável. Entretanto, o bom da democracia é que os eleitores podem aprender com seus próprios erros. As eleições são o meio mais eficaz para remover do cenário público aqueles políticos que traíram a confiança neles depositada. E aí vem outro perigo.
Numa Câmara como a de Curitiba, a renovação de vereadores faz sentido. Buscar candidatos comprometidos com o interesse da sociedade é essencial. Substituir os que falharam em representar o cidadão é necessário. Mas, não basta pensar em renovação dos maus quadros. Uma vez eleitos, os políticos podem esquecer o eleitor e voltar sua atenção apenas para a própria carreira, com o objetivo de apenas se perpetuar no poder.
Portanto, não há outra saída senão a fiscalização constante da atuação parlamentar. O ideal é fazer com que os próximos vereadores se comprometam com a defesa da sociedade perante a prefeitura. É crucial que estejam dispostos a fiscalizar os atos do Executivo municipal. É importante também que estejam dispostos a abrir a Câmara para a participação popular. Somente ficando de olho nos vereadores para garantir a qualidade do próximo legislativo municipal.
É por essa razão que a atuação política do eleitor começa agora, mas nunca tem fim. O cidadão precisa escolher nas urnas candidatos comprometidos com a função pública. Mas precisa vigiá-los constantemente. É essa vigilância que faz com que os parlamentares não caiam na tentação de se desvirtuarem no meio do caminho.
O eleitor que vá se acostumando. Porque observando os problemas crônicos da Câmara de Curitiba, dificilmente a sua atuação política poderá ser dispensada nos próximos anos. Foi a alienação do eleitor que levou o Legislativo de Curitiba ao péssimo estado em que se encontra. E será a atuação do eleitor que poderá mudar esse quadro. Está na hora de evitar persistir no mesmo erro.
Sem voto consciente e sem fiscalização constante, nós, eleitores de Curitiba, continuaremos culpados. Porque, certamente, a nossa alienação será a responsável pelos novos escândalos que virão.
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