Tendências

Exemplo de união

Depois do êxito em aprovar no Congresso Nacional a PEC dos Tribunais Regionais Federais, que cria quatro TRFs, entre eles o do Paraná, é de pensar em defesa de quais outras causas políticos das mais variadas matizes partidárias, assim como representantes da sociedade organizada, irão se unir em defesa dos interesses do Paraná. A aprovação da PEC deve ser encarada como uma experiência que tem chances de ser novamente bem sucedida.

O I Ching e a política criativa I

Em seus comentários ao I Ching, Richard Wilhelm, afirma sobre o hexagrama Alegria: "Um lago evapora e, pouco a pouco, vai se esgotando. Mas quando dois lagos estão unidos, eles não secam tão facilmente, pois um alimenta o outro. O mesmo ocorre no campo do conhecimento. O saber deve ser uma força revigorante e vitalizadora. Isso só é possível quando há um intercâmbio estimulante com amigos afins, em cuja companhia se possa debater e procurar aplicar as verdades da vida. Desse modo, o conhecimento se amplia, incorporando múltiplas perspectivas, e se torna mais leve e jovial, enquanto que nos autodidatas tende a ser sempre um pouco pesado e unilateral."

O I Ching e a política criativa II

O "Livro das Mutações" chinês é instigante. De fato, as boas ideias precisam sobreviver ao debate e à experiência, envolvendo pessoas que queiram buscar soluções em conjunto. Nas últimas duas semanas esta coluna se ocupou de trazer o debate sobre um projeto socioeconômico para o bairro São Francisco. A sugestão é que no local podem prosperar nichos de economia criativa. A ideia é atraente, mas é preciso discuti- la com mais profundidade. Do contrário, será um mero devaneio sedutor. Quem se anima?

Publique-se

Mande e-mails: rhodrigod@gazetadopovo.com.br; publique no Twitter (#ocorodamultidao) ou na página da coluna no Facebook.

CARREGANDO :)

A frase já virou bordão até em peças do Festival de Teatro de Curitiba. Nas redes sociais, em protestos semanais no Congresso Nacional por todo o lugar se ouve o "Feliciano não me representa". Poderia ser engraçado, é preocupante, mas pode vir a ser promissor.

Publicidade

O aspecto lúdico é também curioso. O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) conseguiu uma mobilização contra a permanência dele na Comissão de Direitos Humanos tão intensa que ofuscou outros colegas de parlamento em situações igualmente constrangedora. Há semanas ninguém mais lembra de protestar contra Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi eleito presidente do Senado, apesar de estar respondendo uma série de denúncias perante à Justiça. Ninguém mais dá bola para João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), deputados condenados no julgamento do mensalão que foram eleitos membros da comissão da Câmara responsável por analisar se os projetos de lei que tramitam na Casa são constitucionais.

O aspecto preocupante é que o bordão pode gerar ideias confusas – isso porque "se Feliciano não me representa, logo, não poderia estar no Congresso". O fato é que Feliciano representa muita gente. A representatividade é de pelo menos 211.855 eleitores que votaram nele para defender seus interesses em 2010. E mais, há uma campanha no Facebook, compartilhada 71 mil vezes, de gente que quer o pastor como candidato à Presidência.

O problema com Feliciano não é de representatividade. O problema é que ele tem um passado de ofensas a grupos minoritários e, recentemente, proferiu declarações desarrazoadas. Chegou a dizer que, antes de passar a integrar a Comissão de Direitos Humanos, ela "era dominada pelo Santanás". Esse estilo causa apreensão. Feliciano transmite a imagem de uma personalidade intolerante, que tem instigado um embate completamente desnecessário com militantes de defesa das minorias.

Apesar do conflito gerado, todo esse episódio pode vir a ser promissor. Assim que Feliciano passar, seria importante que os ativistas, agora mobilizados na luta pela preservação de direitos individuais, utilizassem seu poder de pressão para combater problemas igualmente sérios – como a falta de transparência do poder público e o combate à corrupção. A falta de moralidade na política e a corrupção são problemas que também afetam a vida em sociedade e que deveriam fazer parte da agenda de movimentos setoriais, como o LGBT, o de afrodescendentes ou o de ciclistas urbanos.

Com a experiência dos manifestantes se acumulando, eles vão fazer a diferença na mobilização para defender causas mais abrangentes e que dizem respeito diretamente a interesses de todos os cidadãos.

Publicidade