Pesquisa CNT/MDA divulgada ontem confirmou a queda acentuada da popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff após a onda de protestos que tomou conta do país. E, embora ela ainda apareça à frente nas intenções de voto para a sucessão presidencial em 2014, Dilma está com um índice de rejeição alto (44,7% da população) o que pode inviabilizar sua reeleição.
Segundo o levantamento, a avaliação da administração federal é positiva para 31,3% dos brasileiros, que classificaram a gestão como "ótima" ou "boa". Em junho, a soma de "ótimo" e "bom" era de 54,2% uma queda de 22,9 pontos em apenas um mês. A avaliação negativa de quem considerou o governo "ruim" ou "péssimo" subiu de 9% para 29,5%. A queda da aprovação do governo já havia sido constatada em pesquisa do Instituto Datafolha divulgada no fim do mês passado. Segundo a sondagem do Datafolha, a popularidade da gestão Dilma caiu 27 pontos em apenas três semanas e a presidente terminou junho com aprovação de 30% dos brasileiros.
A pesquisa divulgada ontem foi encomendada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) ao instituto MDA. O levantamento também mostrou uma queda na aprovação do desempenho pessoal de Dilma, que passou de 73,7% para 49,3%. Ainda segundo a pesquisa, mais brasileiros acham que Dilma agiu de forma errada em relação aos protestos do que aqueles que acreditam que ela fez o certo: 30,7% classificaram como negativa a atuação da presidente e 24,6% avaliaram como positiva.
"O que a gente percebe é que o marketing nas redes sociais [que levou as pessoas às ruas] terá um peso muito superior ao do marketing tradicional", avaliou o presidente da CNT, o senador Clésio Andrade (PMDB-MG). Isso pode ter implicações eleitorais para Dilma. Embora esteja à frente nos cenários eleitorais, Dilma tem hoje um índice de rejeição alto 44,7% dizem que não votariam nela. "Acima de 40% [de rejeição] é quase inviável se eleger; abaixo de 40% pode se recuperar com mais facilidade", disse Clésio. "O governo agora tem que mostrar resultado."