Belo Horizonte

Petistas e tucanos se unem em Minas Gerais

Belo Horizonte - O PT e o PSDB de Belo Horizonte estarão juntos no palanque do prefeito Marcio Lacerda (PSB), que tentará se reeleger em Belo Horizonte (MG). O nome do candidato à vice ainda será indicado pelo PT.

Apesar de o PT da capital mineira ter aprovado no seu encontro municipal ontem a tese em que diz não querer na aliança partidos que nacionalmente fazem oposição ao governo Dilma Rousseff, o documento aprovado por 55,2% deixa a decisão para o atual prefeito resolver.

Lacerda já declarou reiteradas vezes que o PSDB integrará formalmente a sua aliança e que petistas e tucanos vão dividir espaço no palanque do PSB, apesar das críticas públicas que têm trocado nas últimas semanas.

Segundo petistas defensores da coligação com o PSB e o PSDB, a aliança é necessária para que o partido não fosse surpreendido com defecções de delegados das correntes majoritárias. Com a tese da candidatura própria derrotada desde a semana passada, os adeptos dela, caso do vice-prefeito Roberto Carvalho, se juntaram ao grupo dos dissidentes da corrente Articulação e defenderam a aliança com o PSB sem o PSDB. Essa tese teve 46,8% dos votos.

Sob avaliação

Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social, disse após o anúncio do resultado que foi uma "decisão sofrida". Ao defender a tese vencedora no plenário do encontro, ele disse que a questão precisava ser "condicionada à política nacional e à posição do [ex-presidente] Lula e da presidente Dilma".

Ele se referia, por exemplo, ao fato de o PT estar em busca do apoio do PSB em São Paulo. Com a decisão de Belo Horizonte, Lula terá agora um argumento a mais para usar nas negociações com o PSB em torno das composições visando a disputa pela Prefeitura de São Paulo. A questão do PSDB, para Patrus, não deve se sobrepor também às questões programáticas.

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São Paulo - Favorito na disputa interna do PSDB, o ex-governador José Serra venceu neste domingo, com 52% dos votos, as prévias do partido para a escolha do candidato à prefeitura de São Paulo. Com o resultado, Serra passa a ser oficialmente o único pré-candidato do partido na corrida eleitoral pela prefeitura.

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Ele disputava a indicação da sigla com o secretário estadual de Energia, José Aníbal, que recebeu 31,2% dos votos dos filiados, e com o deputado federal Ricardo Tripoli, que teve a preferência de 15,7%. "No fim, ficaremos todos unidos", disse o ex-governador, após votar no espaço reservado ao diretório de Pinheiros.

Serra recebeu apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ambos disseram que optaram por Serra como "militantes".

O ex-governador volta a disputar a cadeira de prefeito após ter renunciado ao cargo em 2006 para concorrer o governo paulista. Na época, o atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), então seu vice, assumiu a administração municipal.

Entrada polêmica

A entrada de Serra na disputa interna foi tardia, a menos de uma semana da data inicial da consulta interna, e causou um racha no partido. Os outros dois outros pré-candidatos que participaram da disputa interna foram contra o adiamento da prévia, que estava marcada inicialmente para o dia 11 de março.

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Outros dois pré-candidatos, os secretários estaduais Bruno Covas (Ambien­­­te) e Andrea Matarazzo (Cultura), desistiram da disputa interna em favor de Serra. Ao anunciar sua inscrição nas prévias, o ex-governador disse que entrava na disputa para atender a um "chamado da própria consciência".

Em carta, Serra previu uma eleição de duas visões distintas de Brasil, de administração dos bens coletivos e de democracia. "São Paulo é a maior cidade do Brasil e é aqui, neste ano, que se travará uma disputa importante para o futuro do município, do Estado e do país".

Votação

Seis diretórios tiveram problemas com as urnas eletrônicas instaladas para a votação das prévias. Nesses locais, a votação teve de ser feita em papel.