Com o respaldo de Michel Temer, sua base de apoio na Câmara dos Deputados afirma que defenderá o adiamento do “recesso branco”, marcado para a segunda quinzena de julho.
A proposta, discutida nesta segunda-feira (4) entre o presidente interino e parlamentares aliados, será defendida nesta terça-feira (5) na reunião de líderes da Câmara dos Deputados.
A intenção do governo interino é convencer os líderes partidários a tirarem as “férias” do meio de ano na segunda quinzena de setembro, o que expandiria o recesso por conta das eleições municipais.
Maranhão diz a deputados que votação da cassação de Cunha fica para agosto
Leia a matéria completaÀs vésperas da votação final do processo de impeachment, esperada para o final de agosto, o presidente interino receia que uma paralisação em julho possa inviabilizar a votação de medidas econômicas, como o teto para gastos públicos e a lei dos fundos de pensão.
As duas são consideradas essenciais pelo governo federal no esforço de retomar a credibilidade do país com o mercado financeiro e dar legitimidade para que o peemedebista continue à frente do Palácio do Planalto.
O adiamento também poderia acelerar a votação do processo de cassação do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), obrigando à convocação de uma nova eleição à presidência da Casa Legislativa.
O Congresso só poderia entrar em recesso oficial com a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o que não deve acontecer. Por isso, devem recorrer às férias informais.
Acordo
Em conversas reservadas, o presidente interino voltou a demonstrar preocupação com a permanência de Waldir Maranhão (PP-MA) à frente da Câmara dos Deputados e irritou-se com o cancelamento feito por ele de sessão extraordinária marcada para a noite desta segunda-feira (4).
Para um assessor presidencial, Maranhão tem atuado propositalmente para prejudicar o Palácio do Planalto em um acordo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dois se reuniram na última sexta-feira (1º) na capital paulista, o que irritou a equipe do presidente interino e levantou suspeitas sobre a sua atuação.
O Palácio do Planalto reconhece que, mesmo que consiga convencer a Câmara dos Deputados a adiar o recesso branco, terá dificuldades em fazer com que o Senado Federal encampe a proposta.
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), já defendeu a realização do “recesso branco” em julho.
Para tentar mudar essa, Temer deve tratar do tema em café da manhã com os senadores da base aliada, marcado para esta terça-feira no Palácio do Jaburu.
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