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PMDB do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, será decisivo na votação do impeachment. | Valter Campanato/Agência Brasil
PMDB do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, será decisivo na votação do impeachment.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

PMDB, PP, PR e PSD. Esses quatro partidos vão decidir, nesse domingo (17), o futuro da presidente Dilma Rousseff (PT). Com 189 deputados, 36,8% da Câmara, os quatro participaram do governo Dilma durante a maior parte do tempo, mas a maioria de seus deputados deve votar a favor do impeachment.

Com os outros partidos grandes (como PT e PSDB) com posições sólidas e fechadas a respeito do impeachment, o número de deputados desses partidos que irão votar contra o governo vai ser o fiel da balança na votação. Caso o impeachment seja aprovado, eles contam, ainda, com 32 senadores – 39,5% do total.

INFOGRÁFICO: Veja o tamanho de PMDB, PP, PSD e PR na Câmara

Ligados à elite política , os quatro foram fundamentais para a governabilidade ao longo dos 13 anos de governos petistas. O primeiro a se aliar ao PT foi o PR, então chamado PL. Em 2002, José Alencar, filiado ao partido, integrou a chapa de Luiz Inácio Lula da Silva como vice-presidente.

A aliança teve uma função simbólica essencial: ao se aliar com um partido de direita, o PT mostrava uma disposição para dialogar com outros setores da sociedade. E, assim, se qualificava como alternativa viável para a presidência. O PP ingressou no governo já no primeiro ano, em 2003.

Já a relação entre PT e PMDB foi complicada desde o início. Inicialmente, o partido foi para a oposição, mas, aos poucos, lideranças passaram a negociar apoio ao governo. Em 2004, já havia ministros peemedebistas no Planalto. O tamanho da influência do PMDB cresceu ao longo dos dois mandatos de Lula e, em 2010, os dois partidos disputaram as eleições presidenciais coligados – com Michel Temer na vice-presidência.

Já o PSD foi criado, justamente, para que deputados de oposição pudessem aderir o governo sem o risco de ter seus mandatos cassados, em 2011. Gilberto Kassab, ministro das Cidades até a última quinta-feira (14), era então prefeito de São Paulo, filiado ao DEM, e buscava uma aproximação com o governo federal. O partido nasceu com 44 deputados, e desde o primeiro momento apoiou Dilma.

Divórcio

Um

O PMDB foi o primeiro. Vivendo uma relação complicada com o governo desde 2015, quando o então dissidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara, o partido anunciou sua saída do governo no último dia 29 de março.

E outros

Já o PP e o PSD deixaram o governo nesta semana. O primeiro anunciou sua saída do governo na terça-feira (12). Já o PSD se manteve no governo até a quinta-feira (14). O PR ainda comanda o Ministério dos Transportes, mas parte significativa da bancada deve votar contra Dilma.

Nas últimas eleições, os quatro partidos apoiaram formalmente a eleição de Dilma – em 2010, apenas PR e PMDB participaram da chapa.

PP e PMDB nasceram como adversários históricos

Unidos primeiro por Lula e depois pelo impeachment, PP e PMDB são adversários históricos. Os dois são os herdeiros diretos dos dois únicos partidos que existiam durante a ditadura militar. O PP é a continuação da antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena), enquanto o PMDB, como o próprio nome diz, surgiu do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Em 1965, o presidente Humberto Castello Branco extinguiu o pluripartidarismo após vitória da oposição nas eleições estaduais, através dos Atos Institucionais 2 e 4. Em 1966, dois partidos foram instituídos pelo Congresso Nacional: a Arena, que se tornou o apoio civil da ditadura, e o MDB, que aglutinou opositores da ditadura das mais diversas correntes – o que explica, em parte, a pluralidade de visões políticas dentro do PMDB.

Com o retorno do pluripartidarismo, na virada de 1979 para 1980, a Arena virou o PDS – que, ao longo de sua história, mudou de nome para PPR, PPB e, finalmente, PP – e o MDB virou o PMDB. Curiosamente, nos anos 80, os dois deram origem também aos dois maiores partidos da oposição atual: o DEM, divergência do PDS, e o PSDB, que surgiu de uma ala do PMDB.

O PMDB se manteve no governo durante quase todo o período democrático, exceto o fim do governo de Fernando Collor – curiosamente, um ex-peemedebista. Apoiou tanto Fernando Henrique Cardoso quanto Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e teve dois presidentes: José Sarney e Itamar Franco, ambos eleitos como vice. O PP também apoiou Fernando Henrique, mas foi oposição durante o governo Sarney.

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